Blog do Sarico

A história do doente em tratamento na capital


O taperense Nadir Natal Crestani, que há muitos anos reside em Porto Alegre, assim como eu, é um apaixonado pelas histórias de Tapera e também por fotografias antigas da vila/município e sua gente. E quando ele vem ao município dá uma passada no jornal para saber das notícias e me passar material histórico.

E numa dessas vindas ele me passou um monte de histórias acontecidas na então Vila Tapera, pertencente a Carazinho, e também do recém-criado município. Ele também tem materiais da coleção particular do médico taperense Anildo José Sarturi, que escreveu muito sobre Tapera.

Com tempo vou publicar todas elas.

Pois, lendo uma dessas peças do Nadir, me chamou atenção a história do doente em tratamento na capital, que relato aqui.

“Na década de 1950, um cidadão da Vila Tapera estava muito doente. O tratamento que lhe era aplicado não estava dando resultado e preocupava o médico, assim ele achou por bem encaminhá-lo a Porto Alegre, onde poderia ter um atendimento melhor em um Hospital com maior infraestrutura. E assim foi feito.

Os dias foram passando, a comunicação era precária e as notícias eram poucas. Eis que em determinado dia a telefônica recebe um comunicado vindo de Porto Alegre, dizendo que o doente que estava sendo tratado lá estaria sendo mandado de volta a Tapera.

A notícia foi mal explicada e a família do doente foi comunicada que o corpo do cidadão estaria sendo mandado para o município. Alarme geral na família, parentes e vizinhos. Fulano de tal faleceu e está sendo trazido da capital.

Não dá para esperar. É necessário preparar o velório, pois a qualquer momento o corpo deve chegar. Já havia anoitecido e os vizinhos estavam todos na casa da família esperando a chegada do morto.

O cidadão em questão morava a uma quadra da Avenida XV de Novembro, e naquele tempo em viagens noturnas, não era preciso ir até a Rodoviária. Era só pedir ao motorista que ele parava em local próximo a residência das pessoas que queriam desembarcar.

Vizinhos e parentes estavam todos na casa aguardando a chegada do morto. Eis que em dado momento, os que estavam sentados na área da frente da casa, com a fraca iluminação pública da época, vislumbram uma pessoa vindo, trazendo na mão uma mala. Ao se aproximar, todos veem que era o doente que tendo recebido alta estava chegando em casa.

Não é necessário falar do susto das pessoas e da situação tragicômica que ocorreu.

O cidadão durou anos e muitas vezes teve de contar a história da sua ‘morte’ ”.

Essa eu preciso saber. Quando o Nadir vier a Tapera vou pedir a ele quem era o doente.

E aguarde novas histórias.



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