Blog do Sarico

Jacuy, o primeiro time de futebol de Tapera


O primeiro time de futebol de Tapera (RS) se chamava Sport Club Jacuy. Ele foi criado no começo dos anos de 1940, quando a vila Tapera ainda era o 4º distrito de Carazinho e o Curtume Mombelli era uma empresa nova na então vila.

Conforme Lothar Junges, dono desta preciosidade – foto – e que tinha uma relação muito grande com a equipe, tendo em vista que o seu pai, João, foi um dos seus fundadores, as cores do Jacuy eram o verde e o branco e suas camisas eram listradas verticalmente.

O campo da equipe ficava atrás do sexagenário Seminário Sagrado Coração de Jesus, e o time realizou grandes jogos com equipes da cidade e também de Passo Fundo.

O Jacuy fez grandes partidas na Vila Tapera e também fora dela. Certa vez o 14 de Julho, de Passo Fundo, que disputava o Gauchão junto com Inter e Grêmio, veio jogar aqui e venceu apertado por 1 a 0. O Glória e o Veterano, equipes grandes da cidade, por quem muitos taperenses jogaram, vinham aqui jogar e se viam aos tombos, como se diz no futebol, para vencer. Quando venciam, claro.

Quando o Jacuy jogava, contra equipes aqui da região, principalmente de Espumoso e Soledade, nos domingos à tarde, a comunidade inteira da vila rumava para o campo para ver a partida e lá passar o dia. Os homens usavam uma fita verde e branca na camisa ou lapela dos casacos e as mulheres usavam as cores em seus vestidos.

A sede da equipe ficava no Salão Junges, onde hoje está localizado o Clube Aliança, na esquina das avenidas XV de Novembro e Dionísio Lothário Chassot.

O Jacuy tinha bons jogadores no seu quadro, com destaque para Paulino, Arnolfo, Lírio, Pacheco, Pupi e Leopoldo, este um zagueirão que jogaria hoje em qualquer equipe pela sua classe, técnica e raça.

Próximo ao campo do Jacuy funcionou por algum tempo a Zona da Orácia, a primeira casa de tolerância de Tapera. A Orácia chegou na vila, no final dos anos 1930, instalou o seu “negócio”, fez dinheiro, e depois foi embora para Carazinho. A Zona era o vizinho mais próximo do campo.

A vida do Sport Club Jacuy foi breve e o seu desaparecimento aconteceu após a fundação de outra equipe na vila, o Riograndense Futebol Clube. Certo dia aconteceu alguma coisa na vila que atingiu em cheio o Jacuy, como um raio. Por conta disso, a direção do Curtume Mombelli proibiu que seus funcionários, que eram maioria no Jacuy, voltassem a atuar pela equipe. Quem continuasse jogando corria o risco de ser demitido. Como ninguém queria perder o seu emprego, abandonaram o Jacuy.

Com a proibição de atuar pelo Jacuy e não deixar seus funcionários sem clube para jogar, a direção do Curtume fundou o Riograndense que recebeu boa parte dos atletas da outra equipe que, sem atletas para jogar, a maioria funcionários do próprio Curtume, da selaria e da cerâmica, desapareceu para sempre, levando consigo grande parte da alegria dos taperenses. O Jacuy perdeu cinco titulares, todos das famílias Bonalto e Pillar, e se foi, para sempre.

Nunca houve um confronto entre Jacuy e Riograndense, porque um veio ocupar o lugar do outro. Só não se sabe se isso aconteceu no coração dos taperenses da época, pois um amigo, que conhece a história, me contou que o time do coração da Vila Tapera sempre foi o Jacuy. Os taperenses aplaudiam e incentivavam o Riograndense, mas seu coração era verde e branco.

Com a fundação do Riograndense a equipe precisava de um campo, um novo campo, e o mesmo foi construído nos altos do Curtume Mombelli, onde mais tarde seria construído o Grupo Escolar Barão de Caçapava e depois o CCAST e onde hoje funciona a Assistência Social do município, no Bairro 8 de Maio.

Depois, o campo do Riograndense foi transferido para onde hoje está a Subestação da RGE, na Avenida XV de Novembro. Lá havia um grande pavilhão, de dois pisos, onde juntava muita gente nos dias de jogo. Dizem que, a cada jogo, é como se fosse uma festa na vila. O pessoal ia com a sua melhor roupa para lá.

As únicas coisas que sobraram do Jacuy, segundo o Lothar Junges, foram o armário e esta foto que ornavam a sua barbearia.

O Jacuy e depois o Riograndense são os vovôs do futebol em Tapera. Em 1950 nasceu o Grêmio Esportivo América e em seguida o Guarani, nos anos 1960, cujo campo localizava-se ao lado do atual Parque Aquático Taperense, no hoje bairro América. Em 1964 e 1980, nasceram o Kings Club e a Associação Atlética Agrotap, no futsal, respectivamente.

O resto da história todos conhecemos.

Era ou não era?


Eu tô com uma dúvida aqui. Aquela seleção que enfrentou a Argentina ontem era a principal do Brasil? Gente, que fiasco. Goleada e um banho de bola do começo ao fim.

O time brasileiro, das estrelas internacionais em sua maioria, parecia um bando de mirins em campo. Os caras estavam perdidassos no jogo e não esboçaram poder de reação em nenhum momento da partida.

Podem até podem dizer que o time estava desfalcado, mas não pode uma seleção pentacampeão mundial tomar 4 gols num jogo. O que se viu ontem foi um time repleto de medalhões de quatro em campo. Uma vergonha.

Eu já escrevi várias vezes aqui. Essa geração foi criada para ganhar bem por onde joga e nada mais. Os caras fazem chover em seus clubes, mas quando vestem a amarelinha parece que ela os queima.

Ainda acho que a Seleção deveria ser mesclada com jogadores de fora e outros daqui. Tem muito craque jogando aqui no Brasil que não está na Seleção por falta de prestígio internacional. Acredito que se isso acontecesse a Seleção voltaria a colocar medo em seus adversários.

E não adianta mudar de treinador. É preciso mudar de filosofia com gente comprometida com a vitória, em vencer. Ou vocês acham que o Brasil levantou cinco Copas e permaneceu na liderança do ranking da FIFA por anos por pura sorte. Não, foi jogando futebol bonito e para frente.

Em tempo. Se chegar na Copa do Mundo como o nosso escrete se comportará?

Pensamento do Dia


“Nunca deixe que os momentos ruins sejam mais longos do que os felizes. Viva o hoje, faça o que gosta e esteja ao lado de quem ama”.

Desconheço a autoria.

Todos os mandatos eletivos de Tapera


No último dia 28 de fevereiro, Tapera (RS) completou 70 anos como município, tendo se emancipado de Carazinho, em 1955. Neste período, houveram 17 administrações tendo sido o município comandado por 10 prefeitos:
– PMDB e PP – 4
– PTB – 3
– MDB – 2
– Arena, PPB, PPR e PSD – 1

Levando em conta as mudanças dos nomes de alguns partidos políticos ao longo dos anos, o PP, que já foi Arena, PPB e PPR, teve 7 prefeitos. O MDB, que já foi PMDB, teve 6. O PTB 3 e o PSD 1. PDT e PT jamais administraram o município. PL e União são novos no município.

PREFEITOS – Ireneu Orth (PDS, PPR e PP/2) teve 4 mandatos, João Maximiliano Batistella (PTB e MDB/2) teve 3, Luiz Antônio Brunori (MDB), Osvaldo Henrich Filho (PP) e Volmar Helmuth Kuhn (MDB) 2 e Dionísio Lothário Chassot (PSD), Isidoro Gregório Simon (Arena), José Nelson Balensiefer (PPB), Nestor Arnemann (PTB) e Romeu Claudio Kloeckner (PTB) 1 cada.

VEREADORES – Neste período, o Legislativo teve 17 legislaturas e 92 vereadores eleitos por 16 partidos. Já o número de cadeiras soma 153, sendo que 6 vereadores trocaram de partido e 1 assumiu a vaga de um cassado.

E levando em conta a mudança de nomes de alguns partidos a participação na vereança fica assim:
– PP (23) que já foi Arena (10), PPR (5), PPB (4) e PDS (7) = 49
– MDB (13) que já foi PMDB (20) = 33
– PTB = 26
– PDT = 19
– PSD = 11
– PT = 6
– PSB = 3
– UDN = 3
– PL = 1
– PPS = 1
– União = 1

Os recordistas de mandatos são:
– 8 – Hercílio Lenoir Steffens (PTB, MDB e PDT)
– 6 – Joel Alves do Santos (PMDB, PTB e União Brasil)
– 5 – Hermes João Crestani (PSD, UDN, Arena e PDS) e Luiz Carlos dos Santos (PSB e PP)
– 4 – Alcides Maldaner (PDT).

Saúde nas cidades pequenas: você está no céu e não sabe


Volta e meia, eu ouço críticas à Saúde aqui de Tapera (RS). Eu, particularmente, sempre precisei e preciso muito dela — e não tenho queixas.

Sem dúvidas, centros maiores, como Passo Fundo e Porto Alegre, dispõem de mais especialidades médicas e de mais tecnologias em equipamentos de diagnósticos. Mas, nesses lugares, o atendimento é extremamente burocrático (tanto na rede pública, quanto na rede particular ou conveniada) e lento, dado o acúmulo de pessoas que necessitam de serviços médicos.

Para se ter uma ideia, dia desses, precisei realizar um procedimento médico de rotina, mas que ensejava certa urgência. E, para o meu azar, eu não estava em Tapera na ocasião, pois estava me recuperando de uma cirurgia, em outra cidade.

Pois, no município onde eu estava, peregrinei por três hospitais, na tentativa de realizar o tal procedimento, sem sucesso.

Em um deles, nem tive coragem de entrar, porque eu não seria atendido nunca, já que a emergência estava assustadoramente abarrotada de pacientes.

No segundo, além de ter de aguardar a triagem da emergência (que, felizmente, não estava tão lotada quanto à do hospital anterior), eu teria que pagar uma consulta para saber SE o médico realizaria o meu procedimento.

Desisti da ideia e resolvi me deslocar para o terceiro hospital, onde, a princípio, estava tudo certo para eu realizar o tal procedimento — apenas mediante o pagamento do valor do serviço. Mas, como estava bom demais para ser verdade, fui informado de que também precisaria passar por uma consulta com um médico especialista, mas que este, por sua vez, havia se negado a realizar o serviço.

Desesperado, consegui ter um momento de lucidez e lembrei do Hospital Roque Gonzales, da nossa querida Tapera, onde realizo, semanalmente, o meu procedimento — e sempre sou muito bem atendido. Então, fizemos um bate-volta para a “Cidade Cultura”, no intuito de buscar o alívio que eu estava precisando naquele momento.

O atendimento, entre a espera e a realização do procedimento, foi mais rápido do que todo o tempo que perdi entre um hospital e outro, na cidade grande.

Eu, que nunca fui fã de grandes cidades, porque prefiro a calmaria dos municípios interioranos, depois desse episódio frustrante em um grande centro, tive a plena convicção de que “estamos no céu” ao habitarmos cidades menores, onde a qualidade de vida é infinitamente superior.

Então, resolvi compartilhar essa experiência, para demonstrar o meu ponto de vista, no sentido de que a Saúde, em nosso município, deveria ser melhor valorizada pela população.

Quando se pensar em criticar a Saúde de Tapera — especialmente, situações de eventual demora no atendimento do plantão — lembre-se de que você poderia estar tendo que buscar atendimento médico no caos de uma grande cidade. Para tanto, eu sugeriria levar uma mochila carregada de paciência e de resiliência, bem como bastante dinheiro e o cartão de um convênio — os quais ajudariam a facilitar a situação, infelizmente.

3ª via


As duas principais figuras políticas brasileiras da atualidade estão seriamente abaladas: Bolsonaro está inelegível e Lula em queda livre na sua popularidade e também o seu governo.

Se os dois bambambãs estão a perigo, quem seriam os nomes a ocupar a vitrine da política? Estão aparecendo alguns nomes aí, uns com densidade e outros não. E ano que vem tem eleição.

Por outro lado, Bolsonaro está envolto com a Justiça devido aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, a venda das joias, a falsificação do cartão de vacinação, entre outras coisas. Agora, sobre ele, acho que deveria ser jugado pelo colegiado do STF e não pela primeira turma que é, praticamente, toda ela ligada ao PT. Outra coisa. O ministro Alexandre de Moraes deveria se julgar impedido pois tem muito a ver com o caso, pois é vítima, segundo o processo.

Agora, o STF não esquece os ataques de Bolsonaro à corte e aos seus ministros e também às urnas eletrônicas e, como diz o velho ditado, quem apanha não esquece. Os caras tem, literalmente, sangue nos olhos.

Já Lula, cuja popularidade é indiscutível, está em queda livre pois seu governo não conseguiu acertar faltando um ano e meio para o fim de seu governo. O homem prometeu muito e não está conseguido cumprir, sem falar que torrou muito dinheiro no assistencialismo e na “compra” de apoio no Congresso Nacional, especialmente do Centrão. O PT tenta, mas não consegue fazer o que é preciso ser feito. Assim, a popularidade do presidente segue caído a cada mês, segundo as pesquisas. Ele poderá adotar mais medidas populistas para recuperar seu prestígio, mas falta dinheiro. E, como vai a coisa, está sujeito ele correr da reeleição em 2026.

Enfim, quem se apresentará para ser o “salvador” do Brasil? E olha, pelo andar da carruagem, o cinto vai apertar muito mais até o final do ano. E 2026 é uma incógnita e ninguém aposta em melhorias.

Pensamento do Dia


“A vida é muito estranha: é preciso tristeza para saber o que é felicidade. O barulho para apreciar o silêncio e a ausência para avaliar a presença”.

Desconheço a autoria.

Tapera ganhará mais um loteamento


Nesta semana, conversei com o secretário de Desenvolvimento de Tapera (RS), Elias Goulart, e fiquei sabendo dele que a Prefeitura está em processo de desapropriação amigável, o qual se encontra bem adiantado, de uma área de 10 hectares localizada no Bairro Brasília, para a implantação de mais um loteamento naquela comunidade. E o projeto habitacional será o maior já implantado no município.

E nesta semana o prefeito Osvaldo assinou a escritura pública de desapropriação cujo valor soma R$ 2.250.000,00. O município, a partir desta assinatura e pagamento da indenização, poderá já tomar posse imediata do imóvel.

A área e questão fica na Rua Ignez Rotta Pezenti, próxima à Perimetral Leste, conforme mostra o mapa.

Elias disse ainda, que o próximo passo deverá ser a organização do fluxo de caixa para fazer os investimentos necessários no local e seguir conversa com a Caixa Econômica Federal para verificar as possibilidades de financiar os investimentos de infraestrutura.

“Nós ainda vamos fazer um estudo de como serão os critérios para edital de inscrições, o que deve demorar um pouco, mas o pessoal já tem entrado em contato conosco para saber como irá funcionar. Adianto que nada está definido ainda”, disse ele.

Eu fico imaginando numa área de 10 hectares quantos terrenos cabem nela. O Elias não sabe precisar sem ter o projeto em mãos, mas adianta que o mesmo será implantado por etapas, tendo em vista a disponibilidade de recursos.

A propósito. No ano passado, na Câmara de Vereadores, foi dito que até o final de 2024 a questão envolvendo o campo do Guarani estaria resolvida e que o loteamento a ser implantado lá teria um mínimo de 41 casas, quadra futebol sete, praça e academia. O final do ano e o mandato passaram e o loteamento não saiu.

Comida nas alturas


O governo anterior não conseguiu diminuir os preços dos alimentos que estavam nas alturas e o atual também não está conseguindo. Afinal, como pode um país que produz todos os tipos de alimentos e muito pode ter preços tão caros?

Os entendidos em economia dizem que isso acontece devido ao clima, safra ruim, alta do dólar, desvalorização do real e aumento da demanda interna.

Agora, não estaria na hora de o governo começar a se mexer para reverter este quadro? Sim, por que cada vez que você entra no mercado você leva um susto e o assalariado está arrancando os cabelos por conta disso.