Blog do Sarico

O namoro e o tempo


12 de junho, Dia dos Namorados.

O namoro dos nossos pais foi pelo Correio. O da minha geração foi um misto de Correio com telefone convencional. E o dos nossos filhos está sendo pela internet, pelo celular.

Era comum que as cartas – que demoravam a chegar ao seu destino – fossem enviadas cheias de perfume e de desenhos (flores e corações), para impressionar quem a recebia. Depois, com o telefone, houve maior facilidade (e aproximação, de certa forma) na comunicação entre os pombinhos, que ficavam conversando por longas horas – e não era raro ouvir a mãe de quem fazia a ligação gritando um “olha a conta do telefone!”, tendo em vista que as chamadas não eram nada baratas, tempos atrás.

Já hoje, a gurizada não namora. Pelo menos, é raro ver casais na rua, de mãos dadas ou demonstrando afeto – o que é julgado, por eles, como algo cafona, tipo “pagar mico”.

Num dia desses, antes da pandemia, lanchando em um shopping, aqui na região, percebi que, na minha frente, havia um casal de adolescentes. Deu para perceber que eram namorados, mas durante aquele tempo, coisa de uns 40 minutos, não vi eles trocarem uma palavra entre si, pois estavam mais interessados em seus respectivos celulares. Com quem conversavam, eu não sei – sei, apenas, que não era entre eles. Loucura isso.

Enfim, diante de todas essas circunstâncias – da falta de interação, de comunicação e de afeto – é possível questionar como serão os relacionamentos e as famílias, em um futuro não tão distante…



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