Defesa
Quem é acusado de alguma coisa, o que faz primeiro para se defender? Na verdade o acusado se defende em quatro atos:
1º Nega a participação, mesmo que haja provas;
2º Desqualifica o acusador, taxando-o de tudo e mais um pouco;
3º Transfere a culpa para alguém, pois ele – o acusado – nunca faz nada de errado e tem a ficha limpa;
4º Se nenhuma das anteriores deu certo joga tudo no ventilador, sabendo que, se for preso, é por pouco tempo, e não terá de devolver nada, nunca.
Fácil, não?
Este esquema, é bom que se diga, funciona para todos os casos, direita, esquerda, frente e reverso.
Contudo, você esqueceu o quinto ato, inventado durante as acusações da Privataria, por não encontrar mais alternativas viáveis contra provas públicas e irrefutáveis:
5a. Criar um silêncio profundo, estarrecedor, fazer de conta que voou para Xique-Xique, desaparecer, como fazia Serra durante desastres em SP, misturar as coisas, como fazia a Veja com sua lista de livros mais vendidos, e outros artifícios mais que esta mídia facciosa inventou durante estes dez anos intermináveis e terríveis de governo do PT.
Os acusados (e a imprensa amiga) permaneceu sem energia, num apagão geral e vergonhoso durante três meses, como se estivessem em Marte, até que, claro, outras coisas tinham que acontecer.
E antes que alguém invente novos argumentos, o Lula não é candidato a nada, foi presidente da República durante oito anos, cumpriu muito bem seu mandato, tanto que fez seu sucessor, saíu do governo com 80% de aprovação do povo e não tem, portanto nenhuma obrigação de cumprir cada ordem estapafúrdia desse bando de golpistas que querem porque querem que ele dê explicações para cada ida sua ao banheiro público.
Eu próprio já estou ficando influenciado e assustado por esta imprensa mirabolante que diária e diuturnamente cria um novo e falso escândalo. Por isso, cada vez que vou ao banheiro, dou duas voltas na chave da fechadura e abro as portas do armário da pia. Pode ser que o Policarpo esteja escondido ali.
Prezado Sarico:
Depois de séculos de impunidade, o povo brasileiro estava tão sedento de vingança contra os saqueadores da pátria, que passou a confundir justiça com justiçamento. O que mais se ouve por aí é que todos os acusados devem ir para a cadeia – sejam eles culpados ou apenas suspeitos. A presunção popular é de que quem está sendo julgado deve ter alguma culpa em cartório. Se for político, então, já carrega o pecado original da atividade que escolheu. Esse sentimento é compreensível, mas perigoso, pois contém o germe do autoritarismo. Além disso, num clima de caça às bruxas, fica ainda mais difícil de encontrar esta senhora desejada e misteriosa chamada Verdade.
Nilson Souza / Zero Hora
Conversa muita…argumentos poucos…
Típico de militonto petista !!!