Blog do Sarico

Os tênis de antigamente


Nesta semana, navegando pela internet, me apareceu a imagem de um tênis Kichute, produzido pela São Paulo Alpargatas, nos anos de 1970 e 1980, muito usado por quem praticava futsal e também outros esportes. Era o top de linha daquela época. Eu usei o tênis nas partidas de futsal ainda na quadra do Tenarião. E muita gente da minha geração lembra deste tênis icônico, assim como outros como o Bamba, Conga e Rainha.

Eu, aqui, vou escrever sobre os quatro tênis e ainda contar uma história do nosso futsal envolvendo um destes modelos.

O Kichute foi fabricado tendo em vista o Tri do Brasil no México e foi uma febre. Todo mundo tinha aquele pisante reforçado de lona, com um grande e grosso solado de borracha e mais oito garradeiras também de borracha.

No auge de sua popularidade, a Alpargatas vendia mais de 9 milhões de pares por ano. Detalhe: a população brasileira naquela época era de 93,4 milhões de habitantes diferente das 220 milhões de hoje.

O Conga, também da Alpargatas e fabricado com lona e borracha, bombou nos anos de 1980. Criado em 1959, o tênis casual, usado por meninos e meninas, explodiu nos anos 1960 e 1970. No início dos 1990, foi tirado do mercado devido a chegada de produtos do exterior, como o Nike, o Adidas, entre outros.

O Bamba, lançado antes do Conga, pela Alpargatas, foi inspirado nos modelos All Star e também eram usados por meninos e meninas na forma casual. Ele era de lona com solado de borracha. Como o Conga, o Bomba saiu de fabricação no começo dos anos 1990 pelo mesmo motivo.

Já o Rainha, nas cores branca e preta, também foi um ícone do futsal no Brasil, usado por todos os boleiros de quadra, das grandes cidades e também do interior. O Rainha era o Nike de hoje.

O Rainha, o primeiro de alto gabarito para o futsal no Brasil, foi criado em 1934 pela Saad & Cia e ganhou fama ao produzir produtos com o nome de grandes craques do futsal como Morruga, Manoel Tobias, entre outros.

E falando do Kichute, eu lembrei de uma passagem envolvendo o King Clube, no final dos anos 1970. O Kings era um clube de futsal aqui de Tapera que disputava a primeira divisão do futsal gaúcho, hoje Série Ouro.

Certa vez o time viajou a Porto Alegre para cumprir jogo contra um time da capital no ginásio do Colégio Rosário. Eu não lembro o time que era, mas os taperenses entraram em quadra para o aquecimento, sendo que naquele tempo ele era feito com um preparo fedido em forma de massagem no vestiário e depois com chutes a gol, diferente de hoje que tem toda aquela preparação. Mas, os jogadores estavam aquecendo quando chegou o administrador do ginásio, um padre, e pediu que o time trocasse de tênis, pois era proibido jogar com garradeiras naquela quadra. Sem outro modelo à disposição a solução foi cortá-las e lá foi o massagista Sebastião “Bastião” Guedes, com ajuda de um auxiliar que, munidos de facas com serra e um botijão pequeno de gás (liquinho), tiraram todas as garradeiras dos tênis. O jogo atrasou em mais de uma hora, mas foi realizado. E o King perdeu. Eu não lembro o placar.

Tem gente que diz que essa história é folclore, mas tem quem estava junto e alega ser verídica. Q eu tal?



Comentários

Responder Anônimo (1726339067889-608888) Cancelar resposta


*