Blog do Sarico

A eletrônica do Jacó


Seguidamente, ao passar pela Rua Coronel Gervásio, aqui em Tapera (RS), eu passo em frente à Eletrônica Jacó e lembro do quão antiga ela é, mesmo estando hoje sob os cuidados de outras pessoas. A empresa, deve estar beirando os 60 anos. E, apesar de toda modernidade dos aparelhos atuais, ela continua com as suas portas abertas e trabalhando normalmente, afinal, até os equipamentos modernos precisam de conserto uma vez ou outra.

A Eletrônica Jacó nasceu das mãos do Sérgio Luiz Jacoby, que chegou em Tapera vindo de Selbach, no início dos anos 1970. Primeiro, ele trabalhou com o Gusti Simon, na autoelétrica que ele tinha ali na Avenida José Baggio, próxima ao STR. Depois, em 1972, o Jacó abriu o seu próprio negócio: a Telerádio, que ficava naquele prédio onde hoje está o Bar do Nanico, na Rua Duque de Caxias. Em 1976, ele se mudou para a Rua Guido Mombelli, onde mudou o nome da empresa para Telecolor. A casa, de madeira, ficava entre o atual edifício Joaquim do Pilar e a Girassol, onde ficou por 35 anos. Em 09 de julho de 1988, o Jacó faleceu e seus funcionários, Machado, Rogério e Nico, tocaram a empresa, agora chamada Eletrônica Jacó. Em 2011, ela se mudou para a Rua Coronel Gervásio, onde está até hoje.

O Ildo Gabriel MACHADO de Souza entrou na firma em 1972, sendo o primeiro funcionário do Jacó. O Argemiro Antônio Köpsell, o “NICO BRANCO”, em 1977; e o ROGÉRIO Borges da Silva, em 1986.

Perguntei ao Machado, que está na casa há 52 anos, se neste tempo todo houveram histórias e ele me disse que sim e, inclusive, envolvendo pessoas bem conhecidas no município, mas teve uma que chamou atenção pelo inusitado. Certo dia, um homem do interior, levou até eles uma televisão (P&B) para conserto que estava sem som. Os meninos olharam e constataram que ratos haviam cortado a fiação dos autofalantes e que havia um ninho deles dentro do aparelho. Eles limparam o televisor, emendaram os fios e o devolveram ao dono. No dia seguinte, o homem voltou com o mesmo problema, brabo, cobrando dos rapazes o trabalho mal feito. O aparelho foi aberto novamente e constatado de novo que ratos haviam cortado a fiação da TV. O aparelho foi consertado e devolvido com a recomendação para que o homem eliminasse os ratos na sua casa.

Perguntei ao trio se com toda essa tecnologia que está aí o serviço diminuiu. Segundos eles, um pouco, mas que há ainda muito o que fazer por conta de aparelhos antigos que ainda são utilizados, como o rádio, mas que também os televisores e outros precisam de conserto. Segundo eles ainda, o rádio ainda faz parte do dia a dia de muitas pessoas na cidade e interior.

Do Jacó eu lembro da instalação da antiga Rádio Gazeta, atual Cultura. Após a emissora sair da peça localizada na antiga OHF, na ERS 223, onde hoje está a Cotribá, e onde funcionou em caráter experimental, ela veio para a casa que ficava na esquina da Avenida XV de Novembro com a Tiradentes, em frente à praça, e onde os Zanette estão construindo um prédio comercial.

Pois o Jacó, mais o Bertilo e o filho deste, instalaram a aparelhagem da emissora no novo endereço num final de semana, trabalho que duraria, no mínimo, uma semana ou mais. Os caras emendaram o dia com a noite. Começaram o trabalho numa sexta-feira à tarde e o encerraram na madrugada de domingo. Na segunda-feira de manhã, eu, então operador de áudio da emissora, coloquei ela no ar em caráter definitivo.

A Eletrônica Jacé é de fato uma das mais antigas empresas de Tapera.

 



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Responder Anônimo (1720176872845-131377) Cancelar resposta


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