O adeus ao Carlão
Tapera (RS) perdeu neste final de semana uma grande figura, como pessoa e como empresário: Carlos Alberto Carlan Martins, o “Carlão”, aos 83 anos, ele que vinha lutando contra o câncer.
Ele era proprietário da Taperatur, empresa de transportes reconhecida na região pela cor rosa dos seus ônibus, e da Funerária Carlan.
O Carlão foi um grande amigo, sempre muito espirituoso e com uma generosidade ímpar. Em seu ofício, além de todos os serviços prestados, buscava confortar as pessoas nos momentos mais difíceis de sua vida: o da perda de um ente querido.
Sempre de bom humor, ríamos muito quando nos encontrávamos pelas brincadeiras que fazíamos e, certa vez, ele me pregou uma peça inacreditável e inesquecível — sabendo do meu medo relacionado a tudo o que envolve o universo funerário.
Eis que, quando eu era vendedor da antiga Rádio Gazeta, fui até a sede das empresas dele, para fazer a cobrança mensal. Cheguei lá, não encontrei a secretária, mas vi que o carro dele estava parado na frente da firma.
Eu, então, o chamei, até que ele atendeu, me pedindo para entrar na sala dos caixões — sabendo que eu não entraria lá de modo algum. Eu disse que voltaria lá outra hora, ao que ele respondeu que estava com o cheque pronto na carteira. Então, para não ter de voltar, pois tinha outros lugares para ir, respirei fundo e resolvi encarar o meu medo, entrando na tal da sala.
Dei uns pares de passos e, ao chegar perto de um caixão, inacreditavelmente, o Carlão levantou de dentro dele, para me dar um susto. Eu larguei a nota fiscal da cobrança e saí em disparada.
No final do dia, ele foi até à rádio levar o cheque, com aquela assinatura inconfundível dele, cheia de círculos. E, até a semana seguinte, tive que aturar os deboches dos colegas, que ficaram sabendo da peça que o Carlão havia me pregado na funerária.
Com certeza, o título de Cidadão Taperense, que a Câmara de Vereadores concedeu a ele, em 2022, foi extremamente merecido, por tudo o que ele fez por Tapera e pelas entidades do município, ao longo de mais de 50 anos, tendo vindo de Cruz Alta no começo dos anos 1970.
A partir de agora, lembrarei com carinho deste amigo alegre e bem humorado. Uma figuraça que poderia ter ficado entre nós por mais tempo.
Tinha certeza que ele chegaria aos 100 anos. Maldita doença!
Vai ser sempre lembrado pela tua alegria!
Perdemos um ícone da nossa sociedade.
Nas horas + difíceis para a imensa maioria das famílias era ele quem estava lá. Zeloso, cuidadoso, gentil e extremamente respeitoso.
Fica difícil acreditar que não termos + esse personagem em nosso seio familiar.
Uma perda significativa.
Cumpriu a sua missão.
Jamais teremos outro igual…
R I P …
Tem pessoas que parecem que estarão sempre aqui, Carlão era um. Jamais será esquecido!
era uma figuraça. gente boa demais. que DEus o tenha. vai fazer falta.