Blog do Sarico

Mais uma que se vai


E Tapera segue se transformando. Nesta semana, mais uma antiga casa foi demolida na cidade para dar lugar a uma nova, de alvenaria ou um edifício. É a casa do médico e político Hercílio Lenoir Steffens, que ficava ali na Avenida XV de Novembro, ao lado do CAIS.

Aquela casa tem um valor histórico pelas decisões políticas e também de saúde que foram tomadas nela ao longo dos anos.

Nela, seguidamente aconteciam reuniões para definição de ações que seriam tomadas no município e nas campanhas políticas.

Nos anos de 1980, quando o Dr. Hercílio era vereador, eu fazia a cobertura das sessões da Câmara para a antiga Rádio Gazeta, e os vereadores quebravam o pau lá, quase indo as vias de fato. Depois, se reuniam na casa do Dr. Hercílio para falar sobre tudo, menos de política. Eles eram amigos fora dela, pois havia muitas coisas na cidade que os aproximava.

Em 1983, eu começando a fazer reportagens para a Gazeta, após uma sessão quente, fui convidado para ir a casa do Dr. Hercílio para uma confraternização pelo seu aniversário. Chegando lá encontrei gente de todos os partidos políticos, inclusive o Hermes Crestani, adversário ferrenho do Hercílio e com quem havia debatido calorosamente momentos antes na Câmara, conversando numa boa. Até o ex-prefeito João Batistella estava lá. Naquele dia eu aprendi que a política deve ser vista dos dois lados, frente e verso. Também, que deve haver respeito mesmo com ideias diferentes e que “cachorro grande” não briga, quem briga são os pequenos, para aparecer e fazer barulho.

A propósito do Dr. Hercílio. As suas ações na medicina e na política o levaram oito vezes à Câmara de Vereadores, pelo PTB (4), MDB (3) e PDT (1), sendo o recordista de mandatos em Tapera. Em 1988, ele concorreu a prefeito pelo PDT e perdeu a eleição para a dupla Tonho e Moisés.

Em 1996, no segundo dos quatro mandatos de Ireneu Orth, ele e seu vice Nelson Balensieffer, saíram de férias e o Hercílio, presidente da Câmara, assumiu a Prefeitura por uma semana. Eu o entrevistei na oportunidade. Aliás, entrevistar e conversar com ele era sempre prazeroso pela sua inteligência e humor avinagrado. Jamais esqueço o “óbvio ululante” que ele sempre dizia.

Essa é para que as novas gerações conheçam um pouco mais sobre seu município e sua gente.



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Responder Anônimo (1706699750508-312261) Cancelar resposta


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