Borrador
Antigamente, as empresas trabalhavam com a conhecida caderneta que era fornecida a clientes fiéis e que ainda se faz uso hoje em dia em alguns lugares. O cliente ia em determinado comércio, fazias as suas compras e entregava a caderneta ao atendente quem fazia as anotações da venda na mesma e também num caderno que ficava na empresa para a devida conferência na hora do acerto na virada do mês. Pois, este caderno era chamado de borrador. Pouca gente sabe disso.
Meu avô paterno, Vitório Crestani, teve uma loja nos anos de 1940 e 1950, chamada Casa Nova, que ficava na avenida, onde hoje está o Centro de Eventos, e onde após, por muitos anos, foi sede da Prefeitura.
A loja, cuja razão social era Crestani & Cia Ltda, vendia sedas lisas e estampadas, tecidos de algodão, brins, riscados, colchas, roupas feitas, roupinhas para crianças, capas, artigos de cama e mesa, camisas, sombrinhas, malas, armarinho, secos e molhados, fogões e ferragens.
Trabalhavam nela, que era tocada pelo meu nôno, o meu pai Ivo, a minha tia Lourdes, mais Elaine Hansen, Romito Lermem, Neri Carard e Edino Toseto.
Essa me foi contada pelo Nadir Crestani, filho caçula do Vitório. Segundo ele ainda, o borrador, após o fechamento da loja, foi extraviado ficando muitas contas pendentes. Naquele tempo como hoje…
Mas, falando da Casa Nova, havia uma concorrente dela que vendia as mesmas coisas e que ficava ao seu lado na avenida: a Casa Bervian, que ficava onde hoje estão a Kipresentes, a Palladio e outros.
De acordo com o Nadir, as duas lojas mantinham a política da boa vizinhança. Se alguém queria durante as compras um produto que estava em falta, o atendente informava que estava em falta, mas que iria ver na outra loja se tinha tal produto. Caso positivo o pessoal fornecia o produto e anotava para um encontro de prestação de contas posterior, também no final de cada mês. Era assim dos dois lados.
“Naquele tempo não havia essa concorrência dos dias atuais. Quem era cliente dos Bervian era cliente dos Bervian e quem era cliente dos Crestani era cliente dos Crestani, e fim”, disse ele.
Repare na foto, que a praça central está em construção e há vários caminhões em frente às lojas do pessoal do interior vindo para a cidade para comprar mantimentos.
Ainda. A casa que fica entre as duas lojas era o depósito da Casa Nova e a casa ao lado dela, era a morada da família do meu avô. Esta, mais tarde, foi sede da Câmara de Vereadores, e quando ela se mudou para o novo Centro Administrativo João Batista Crestani, nos altos do Bairro Progresso, foi demolida e reconstruída primeiro ao lado da Brigada Militar e depois na Praça Atanásio Orth, próxima à Escola Dionísio Lothário Chassot, que serviu de museu e que anos depois foi consumida por um incêndio, assim como todo o seu acervo.
Também, que a atual Rua Duque de Caxias estava aberta, mas não pavimentada. E pela data, o prédio do atual Café Diana já havia sido construído, mas não aparece na foto.
A propósito. Onde foi parar o borrador da Casa Nova?
União Brasil vem aí????