Blog do Sarico

A fama antes e depois da internet


A partir da popularização da função “stories”, do Instagram, e do boom das plataformas de vídeos curtos, como TikTok e Kwai, os internautas passaram a contar com mais possibilidades de formas de expressão na internet.

E, com isso, surgiram os influenciadores digitais, que aparecem diariamente para conversar com os seus seguidores, mostrando o seu dia-a-dia, contando histórias e divulgando produtos para as marcas com as quais mantêm contrato.

Para se ter uma ideia, segundo uma pesquisa realizada pela Nielsen, o Brasil é considerado o país dos influenciadores: existem, pelo menos, 500 mil deles, com ao menos 10 mil seguidores espalhados pelas diversas plataformas existentes.

Além disso, também existem os influenciadores que possuem milhões de seguidores, como a tal da Virgínia Fonseca, que já conquistou 44 milhões de pessoas interessadas na sua vida, e o tal do Carlinhos Maia, que conta com 29 milhões de usuários do Instagram que lhe acompanham.

Eu não faço a mínima ideia de quem sejam essas pessoas (vi o nome deles na internet, agora, quando estava pesquisando informações para esse texto) e, talvez, pode ser que você também não os conheça.

E é sobre isso que eu quero falar: a fama proporcionada pela internet é diferente da fama “raiz”, de atores, cantores, modelos e outras personalidades notórias. É uma fama extremamente nichada, que não atinge a totalidade dos 214 milhões de brasileiros.

Isso porque as redes sociais são formadas por bolhas temáticas, muitas vezes, impossíveis de serem estouradas. Ou seja: os conteúdos produzidos nas plataformas não chegam a todos de forma igualitária. É muito provável que Fulano conheça um determinado famoso da internet, com milhões de seguidores, mas Beltrano não o conheça. E vice-versa.

E outra questão: é muito rápido conquistar fama na internet, tendo em vista a velocidade na propagação de conteúdos, que “viralizam” com extrema facilidade. Mas, em contrapartida, essa fama pode ser extremamente passageira, se o famoso não manter a sua presença nas redes, entretendo os seus seguidores. Num dia, ele pode estar muito em alta e, no outro, já ter caído no esquecimento, porque o público perdeu o interesse nele.

Já a fama “raiz”, proporcionada pelas mídias audiovisual e impressa, é diferente: ela atinge um público maior, proporcionando o conhecimento generalizado de determinado artista. Digo fama “raiz”, porque era assim que as pessoas passavam a ser conhecidas antes do boom das redes sociais: por meio de novelas, aparições em programas de televisão, jornais, revistas…

Por exemplo: não tem quem não conheça Tony Ramos, Ivete Sangalo, Xuxa e Gisele Bündchen. O tipo de fama conquistado por eles é diferente da fama adquirida estritamente na internet. E levou mais tempo para a notoriedade desses famosos ser construída, a qual foi se dando aos poucos, conforme o aumento do nível de relevância do trabalho de cada um deles. E eles estão aí, com anos de carreira, reconhecidos e em alta (no caso da Gisele, ela já está aposentada das passarelas, mas nada apaga a sua história de maior modelo do mundo).

E outro ponto curioso, nesse contexto, é o fato de esses famosos terem menos seguidores no Instagram do que a tal da Virgínia Fonseca, que eu mencionei anteriormente: Ivete tem 36 milhões; Gisele tem 22 milhões; e Tony Ramos, por sua vez, nem tem conta nessa rede social. Isso porque eles não precisam se mostrar todos os dias nas redes, pois o trabalho deles acontece fora da internet.

Enfim, o mundo dos influenciadores digitais e a fama deles é totalmente diferente do universo e da fama de atores, cantores e outras personalidades – sem tirar o mérito da notoriedade de cada um, obviamente.



Comentários

Responder Anônimo (1705827499999-691811) Cancelar resposta


*