Duelo de primeiras-damas

Atendendo à sugestão de um leitor, vou comentar sobre a possibilidade de duas mulheres se enfrentarem diretamente em uma eleição presidencial no Brasil, algum dia – situação que seria inédita por aqui. E as duas mulheres em questão seriam a atual primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a “Janja”, 57 anos, e a sua antecessora, Michele de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro, 41 anos.

Jamais na história do nosso país, as primeiras-damas tiveram tanto destaque, como a atual e a ex. Cada uma, à sua maneira, tem/teve o seu protagonismo no governo de seus cônjuges, ao contrário das anteriores, que tinham uma atuação mais comedida e sem tanto destaque na mídia.

É interessante essa nova dinâmica inaugurada por Michele e Janja, porque, talvez, seja uma forma de influenciar as mulheres a se interessarem mais pela política. E é positivo, também, o fato de elas estarem em contato frequente com as eleitoras de seus maridos, ouvindo as suas demandas, para, posteriormente, “assoprar” ideias de projetos voltados ao público feminino, no ouvido de seus maridos políticos.

Mas, obviamente, a atuação das primeiras-damas não pode se confundir com as atribuições do cargo do Presidente da República, que é pessoal. Portanto, no caso de elas almejarem maior ingerência política, é necessário que se candidatem a algum cargo eletivo.

Inclusive, Michele já chegou a ser cogitada, pelo PL, como candidata a vice, em uma eleição presidencial. E não será uma surpresa se Janja também vier a se candidatar a algum cargo político, futuramente.

Talvez, com o apoio de Lula e Bolsonaro, bem como de seus respectivos partidos e siglas perfiladas a eles, Janja e Michele possam ir longe em uma eleição. Só não podemos esquecer que, assim como em relação a eles, a aprovação e a rejeição delas são significativas, visto que esses casais são amados por uns e odiados por outros.

Vamos ver. Acho difícil uma dobradinha feminina em 2026 ou em 2030, mas, na política, nada é impossível – principalmente, no Brasil.