Blog do Sarico

O Maldaner que era Schneider


Nos anos 1970 e 1980 existia um mercado aqui em Tapera que era bastante procurado pelo pessoal dos bairros e também do centro, pelo seu atendimento e preços. Era o Mercado Schneider, de propriedade de Agnello Maldaner, a quem os taperenses chamavam de Schneider. E ele ficava naquele prédio onde funcionou até pouco tempo atras a D&D e onde iniciou a GF Pneus, na Avenida XV de Novembro.

A troca do sobrenome sempre me intrigou e foi uma pergunta que sempre quis fazer ao Seu Agnello: “Por que o pessoal o chamava de Schneider se ele era Maldaner”. Pois, durante uma Toca do Coelho, não lembro o ano, eu o encontrei com a Dona Helena na praça de alimentação e aproveitei para lhe fazer a tal pergunta.

Segundo ele, o Mercado Schneider surgiu devido ao mesmo ser uma filial do que existia na Linha Teutônia, no interior do município.

Conforme eles, o casal se conheceu na década de 1950 e em 1952 casaram. Em 1968, vieram para Tapera, para colocar a filial do mercado do qual era sócio junto com Alfredo e Arthur Schneider. Em 1977, o Agnello o comprou e tocou ele até 1987.

A Dona Helena lembrou do trabalho que tinham para preparar as encomendas que o pessoal vinha buscar pela manhã. Eles fabricavam seus próprios sacos de papel, de 1, 2 e 5 kg, onde eram embalados todos os produtos, pois não havia os sacos plásticos de hoje em dia. E esse trabalho entrava noite a dentro, geralmente até às 23h.

O Seu Agnello lembrou ainda das cadernetas, que o pessoal, a maioria funcionários do Curtume, da Cotrisoja e da Prefeitura, utilizava para comprar e pagar no final do mês. Isso foi um método de comércio muito utilizado naquele tempo. Perguntei a ele ainda se havia problema de crédito, de o pessoal demorar para pagar ou não pagar. Ele me disse que sim, mas que a maioria pagava em dia para manter o crédito. Também, que o poder de compra era bem maior naquela época.

Seu Agnello tinha ainda duas paixões: tocar na banda e cantar em coral. Me contou que entrou na Banda Aurora de Tapera aos 33 anos e que tocou tuba por mais de 35 anos. No canto coral, iniciou aos 12 anos no grupo da Linha Teutônia. No Coral 8 de Maio, da cidade, cantou por mais de 50 anos. Cantou ainda no Coral Ondina Landin Cardoso, de Espumoso, tendo sido homenageado pela Câmara de Vereadores daquele município por isso. Ele foi ainda homenageado duas vezes pela Câmara de Vereadores de Tapera, como cidadão taperense e como idoso.

Estou contando esta história por que o Seu Agnello nos deixou na semana passada e lembrei desta entrevista. Que ele descanse em paz tendo feito a sua parte pelo seu município e pela história que deixou.



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