Blog do Sarico

O campo da Progresso


Um tema aqui em Tapera que ainda vai dar muito pano pra manga é a questão do Estádio Municipal Isidoro Gregório Simon, nos altos do Bairro Progresso, que há mais de 50 anos está sob os cuidados da Associação Atlética Juventude.

Pois agora, um grupo dissidente do Juventude decidiu fundar uma nova equipe, a Chape, e esta está querendo usufruir daquela praça esportiva que é municipal, no que o Juventude é contra.

Na última sessão da Câmara de Vereadores, realizada na segunda-feira (17), integrantes das duas equipes, em bom número, diga-se de passagem, participou dela querendo uma solução para o caso. O Juventude diz que a praça é sua e a Chape alega que ela é municipal e, portanto, é de todos.

O vereador Aurélio Vicari (PTB), fazendo uso da tribuna, disse que a Câmara não precisava passar por este constrangimento de ter de decidir uma coisa que é do executivo. Segundo ele, o prefeito estaria pipocando nesta questão e que ele é fraco em suas posições.

Alcides Maldaner (PDT), por sua vez, também na tribuna, disse que o prefeito se omite da sua responsabilidade. Para ele, uma audiência pública somente iria aumentar a animosidade entre as duas equipes. Pediu que o comodato do campo seja novamente firmado com o Juventude pela sua história e também do bairro Progresso. E sugeriu à Prefeitura que coloque à disposição da Chape os campos do antigo Seminário, que está sem uso, ou do Guarani, no Bairro Elisa, que continua sendo do Guarani, e que acha que lá não sairá loteamento nenhum.

E no espaço da Tribuna Livre, o atleta Sadi Stafortti, falou em nome do Juventude. Começou contando a história de quase meio século do clube e da comunidade naquele campo. Disse que tudo que tem lá foi construído pelos sócios do clube e pela comunidade, que faz uso do todo em eventos diversos, e que não tem nada do poder público nele. Em sua manifestação, Stafortti falou da possibilidade de extinção da AAJ dependendo da decisão que o prefeito tomar. Falou ainda que o Juventude solicita a restituição do comodato e que dependendo da decisão tomada pela Prefeitura haverá sérias consequências. Por fim, disse que a Prefeitura pode vir a indenizar o Juventude por tudo que foi feito naquele espaço nestes quase 50 anos.

A decisão está agora nas mãos do prefeito, que terá de sair de cima do muro e se posicionar, como fez Sofia no romance de William Styron.

Em tempo. Soube que a equipe da Chape solicitará a Tribuna Livre na próxima sessão, no dia 24, para dar a sua versão na questão.

Isso aí tá cheirando a Judiciário.



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