A história da Igreja Católica em Tapera
Tapera comemora neste ano 120 anos do início do catolicismo e 90 da instalação da Paróquia Nossa Senhora do Rosário da Pompeia.
E eu vou contar um pouco da história da nossa religiosidade compilada em documentos, livros e conversas com pessoas mais antigas da cidade que ainda estão aí e com boa memória.
Em 1902, foi construída a primeira capela na então vila pertencente a Passo Fundo e da qual Carazinho também pertencia. Ela era de madeira, medindo 48m² (6×8) e estava localizada próxima a casa comercial de José Baggio, onde hoje está o Sicredi.
No dia 12 de abril de 1903, foi rezada a primeira missa, com o primeiro padre do município, Pedro Wimmer, de Passo Fundo, e ainda escolhida a padroeira.
Na época da criação havia mais de 50 famílias em Tapera.
Em 1906, a vila recebeu a primeira visita de um bispo, Dom João Pimenta, da Diocese de Porto Alegre.
Em 1908, a capelinha foi para o local onde hoje está a Igreja Matriz, na esquina das atuais ruas Rui Barbosa e Tiradentes, sendo aumentada para 170m² (10×17).
No dia 07 de maio daquele ano, foi inaugurada a nova capela com missa celebrada pelo padre Pedro Wimmer, tendo sido benta e entronizada a imagem de Nossa Senhora do Rosário da Pompéia.
Até 1930, a Vila Tapera era o 8º distrito de Passo Fundo. Em 1931, passou a pertencer a Carazinho, de quem foi seu 4º distrito.
Em 01 de novembro de 1932, foi criada a Paróquia de Tapera, através de portaria assinada pelo bispo Dom Antônio Reis, de Santa Maria. No mesmo dia toma posse o novo pároco frei Benedito Ronchi, na presença do bispo Dom Antônio Reis.
Em 20 de março de 1938, toma posse o padre Clemente Kampmann, que revolucionou a comunidade, literalmente, sendo um dos responsáveis pela construção da nova Igreja Matriz (a atual) e do Hospital Roque Gonzalez.
Os mais antigos contam que a vinda do padre Kampmann deu início à divisão que perdurou em Tapera por décadas. Tudo começou com uma briga entre duas famílias e foi criando corpo com o passar dos anos com as famílias tomando lado, umas a favor do padre e outras do médico.
Em 12 de fevereiro de 1939, foi lançada a pedra fundamental da nova igreja e logo em seguida iniciou a sua construção.
Em 05 de fevereiro de 1940 foi inaugurada a Igreja Matriz. Aqui as datas se chocam, pois, segundo os mais antigos a igreja demorou dois anos para ser construída. Ou a sua construção iniciou em 1938 ou ela foi concluída em 1941.
Em 18 de dezembro de 1954, Tapera passou a categoria de município.
Segundo os mais antigos, entre os quais Lothari Junges e Djalmino Salvadori, a Igreja Matriz de Tapera foi construída por dois italianos, pai e filho, que se utilizaram de uma mulinha para elevar o material da construção para o alto. Ela ficava andando da porta central até o altar e retornava, fazendo isso o dia inteiro. Com a conclusão da obra não faltou quem quisesse que o animal fosse santificado. Ninguém lembra o nome da mula.
Perguntei ao Djalmino Salvadori sobre os relógios das torres, que ele cuidou durante muitos anos. Segundo ele, as duas máquinas têm mais de 80 anos e ainda funcionam perfeitamente. O técnico que esteve aqui recentemente arrumando-os disse não poder estimar a idade deles por não possuírem placa indicando fabricante nem ano de fabricação.
A propósito dos relógios. O Djalmino subia aquelas escadas como uma agilidade de dar inveja e lá do alto ele me provocava: “Fábio, tu não vem?”. Com o meu silêncio eu ouvia a risada dele vinda lá de cima. Nunca subi mais de quatro lances de escada da igreja.
Existe uma dúvida quanto ao nome correto da paroquia. Na portaria de criação, no início do documento, está escrito Nossa Senhora do Rosário DE Pompeia e no final dele está DA Pompeia. Os taperenses utilizam DA Pompeia para nomear a sua igreja. E, como Pompeia é uma cidade, o correto seria DE.
ORIGEM DA ESCOLHA DA PADROEIRA – No ano de 79 DC, a cidade de Pompeia, onde os aristocratas italianos tinham suas casas de férias, perto de Nápoles, foi sepultada pela lava do vulcão Vesúvio. Em 1876, um advogado encontrou no interior de uma casa soterrada um quadro da Virgem do Rosário. Após uma série de milagres da santa foi construído no local um santuário em sua homenagem. E, conta a história que os padres italianos, quando da colonização italiana para o Brasil, mais especificamente para Tapera, trouxeram a devoção da santa para cá. Há relatos de que a devoção à santa veio com as freiras que aqui chegaram.
Que um nobre vereador proponha o restabelecimento do feriado de 8 de maio.
Muito bom
Concordo plenamente!
E, aí, algum nobre vereador se habilita?
A revogação do feriado de 8 de maio aqui em Tapera foi coisa de petista, típica atuação de gente que não está nem aí para Deus, Jesus, Igreja e Família…
Tudo é petista, como que pode, que lixo de gente. Ah e deus não existe, abraços
Feriado é coisa de vagabundo, tem q terminar todos, principalmente religiosos, onde já se viu feriado pra coisa que nem existe.
Odeia petista ou qualquer pessoa, raça, credo só por rótulos? Não ponha Deus, Jesus, Igreja e família no assunto porque tu é um hipócrita.
Coisa mais certa já realizada. Feriado municipal (tal como os demais Espumoso,Ibirubá,Não Me Toque, etc…), é dia 28 de fevereiro como estabelecido. O dia 08 de maio é tão somente um feriado religioso. Dai que, não há porque alterar como proposto pelo primeiro anônimo.
Parabéns pelo post, Sarico!
No início da década de 1920, residiu em Tapera o Frei Bruno Linden (Düsseldorf, 8/9/1876 — Joaçaba, 25/2/1960), que hoje em dia é cultuado como santo, uma espécie de Padre Reus de Santa Catarina. Ele foi enviado primeiramente para Não-Me-Toque em 1917, pois começou a sofrer ameaças em São José-SC em função dos alemães serem vistos como inimigos durante a 1ª Guerra Mundial. O processo de sua beatificação já foi iniciado. Parece que ele permaneceu em Tapera até 1925.
Descobri isso nas minhas pesquisas pela Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional que possui um rico acervo online de jornais antigos, entre eles a Staffeta Rio-Grandense (posteriormente Correio Rio-Grandense) e A Federação, o jornal mais importante do estado no início do século XX. Tapera, a Colônia do Alto Jacuhy e até uns tais “Cantores da Linha Bella Italia” são mencionados em vários momentos naquelas primeiras décadas do século XX.
Aliás, no ano passado, completaram-se 100 anos da construção da primeira ponte sobre o Rio Colorado, na divisa com Selbach. Só não sei se é a da estrada velha ou a da RS223, imagino que seja a da estrada velha.
Deixo dois links: um que menciona uma missa celebrada pelo Frei onde são citados vários dos pioneiros taperenses e outro sobre a construção da ponte, com uma rara foto (mas de baixa qualidade).
http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=882038&pasta=ano%20192&pesq=%22bruno%20linden%22&pagfis=1153
http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=388653&pasta=ano%20192&pesq=%22rio%20colorado%22&pagfis=50833
Abraços!
Amigo(a), que maravilha esses recortes de jornais. Esse da ponte vai dar repercussão, com toda certeza. Vou publicar. E gostaria de saber quem é o(a) gentil colaborador(a). Muito obrigado e um grande abraço.
Muito interessante
Muito interessante isso tudo.
parabens por nos trazer mais conhecimentos e cultura.
é o que mais falta nos dias de hoje, principalmente nos jovens.
Parabens Sarico pela postagem, show!
Sarico, bom trabalho mas, vc, não contou toda a verdade sobre a nossa Paróquia, faltou contar os problemas que aconteceram e que foram muito graves, que fazem parte da história e estão registrados, ocultar isso macula seu trabalho e, vc tem esta informação. Só não publicou aqui.