Blog do Sarico

O segredo das medalhas olímpicas


O Brasil jamais será uma potência olímpica. Será sempre um mero participante dos Jogos Olímpicos figurando no escalão intermediário do quadro de medalhas.

Nós temos tradição em alguns esportes, como o futebol, o vôlei, a natação e o iatismo. E, quando ganhamos ouro em outras modalidades, é sempre uma surpresa que veio de onde ninguém esperava, sendo resultado de uma luta dura, de superação, para chegar à olimpíada e ao lugar mais alto do pódio. E aí quando o(a) atleta chega ao País, após os jogos, é tratado(a) como herói(na) nacional pelo feito. E há muita comemoração e badalação por isso.

Na verdade, a maioria de nossos atletas nasce em regiões periféricas do País, sendo descobertos por algum olheiro, que os(as) leva para um clube, onde recebem ajuda para defender o seu escudo em campeonatos internos. Até que um dia, a confederação do seu esporte os(as) convida para ingressar nos seus quadros, quando, então, começam sua vida esportiva – a profissional – e o sonho de uma olimpíada.

Mas, em se tratando de Brasil, boa parte dos atletas vai para a Olimpíada sem ajuda da sua confederação, tendo de bancar tudo do seu bolso, de pequenos patrocínios e, até mesmo, com a ajuda de familiares e amigos.

Obviamente, existem os atletas de elite, que têm “escora” própria para bancar o seu esporte, devido ao alto custo dele, como é o caso do iatismo e do hipismo. Sem falar nos jogadores de futebol e de vôlei, que são de outro naipe. Mas, a grande maioria não consegue viver do esporte no Brasil.

Em países como EUA, China, Rússia, Japão, Grã-Bretanha, Alemanha, França, Canadá e outros, os(as) atletas são garimpados nas escolas e, dependendo de sua performance, as universidades ficam de olho neles, até que atinjam a idade da graduação. E, quando na universidade, eles recebem estudo, alojamento e incentivo para representá-la, pois elas se distinguem, umas das outras, pelas personalidades que formaram – como presidentes, campeões nacionais e medalhistas olímpicos.

E, nestes países ainda, se de cada 10 atletas, um resulta em título ou medalha olímpica, terá valido todo o investimento feito em todos eles. E, além dos clubes, vêm as empresas pagando fortunas para que estes superatletas vistam a sua marca.

Esta é, pois, a diferença entre as nações que levam uma pilha de ouro, tendo, a reboque, outra de prata e bronze, daquelas que apenas participam dos jogos olímpicos. A diferença é gritante no quadro geral de medalhas.

Quem sabe, um dia, o Brasil dispute a “ponta de cima” com as grandes nações esportivas. Mas, ainda levará um bom tempo, pois o cronômetro de nossos políticos não é o mesmo dos delas.



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