Blog do Sarico

Ainda o termômetro da praça


Eu não costumo responder às críticas, quando as recebo, por saber que isso faz parte de quem escreve e coloca a sua face nas telas virtuais. Estando neste métier há mais de 40 anos, sei bem como conduzir o “barco”, principalmente, neste rio traiçoeiro que é a internet.

Estou me referindo às críticas que recebi, aqui neste espaço e também no meu blog, por ter publicado a notícia do termômetro da praça de Tapera que está inoperante e que está fazendo falta à cidade.

Eu sei que temos celulares que podem tirar print da tela, mas o que dizer dos mais idosos que não sabem manusear o aparelho ou, sequer, os tem? Outra. De manhã, bem cedo, quando vou para o JEAcontece, vejo muita gente na frente do equipamento, tirando foto da temperatura, para postar nas redes sociais ou para enviar aos seus grupos de WhatsApp (família, amigos, colegas e outros). Também, vejo muitos carros diminuindo a velocidade na avenida para poder ver a temperatura, e até outros esperando no cruzamento, para ver qual número aparecerá logo a seguir.

Isso é um costume, um hábito que faz parte da cultura das cidades, principalmente, porque a previsão do tempo é um assunto que sempre está presente nas rodas de conversas – sejam elas presenciais ou virtuais. E sempre tem gente que acha interessante tirar uma foto do termômetro da praça marcando zero grau, às 05h30 da manhã, para compartilhar em suas redes, indicando a sua coragem para enfrentar o frio, naquele horário.

Mais uma. A temperatura que o celular registra não é real. Ele marca de algum ponto, onde se localiza a estação meteorológica, que não se sabe onde fica, mas não quer dizer que é de onde você se encontra. Pegue seu celular e um termômetro e compare os números. Por exemplo. Hoje pela manhã, meu celular marcava 15 graus e o meu termômetro caseiro marcava 13. Existe diferença entre eles de 2 a 3 graus.

Eu, como jornalista, presto um trabalho social e gosto muito de falar sobre as coisas de Tapera. E longe de mim criticar. Se informo algo, é no sentido de ajudar, sempre. E preciso pensar no contexto todo, afinal não estamos sozinhos na sociedade.

Entendo as críticas, porque o mundo é diverso de opiniões – e isso é democrático. O mundo seria muito sem graça sem o vermelho e o azul, o feijão e o arroz, e o próprio frio e o calor – que são registrados no termômetro da praça ou na tela dos celulares (como queira). Mas, antes de estabelecer um posicionamento em relação a algo, é sempre necessário ampliar o ponto de vista, exatamente como eu fiz.



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