Blog do Sarico

Essa modernidade…


Numa manhã dessas, bem cedo, enquanto publicava a edição do JEAcontece na internet, na Rádio Cultura de Tapera (RS) rodavam músicas gauchescas e sertanejas alternadas, e lembrei do meu tempo de operador de áudio na antiga Rádio Gazeta, lá no início dos anos 80.

E comecei a lembrar de como eram as coisas naquela época. Hoje, é fácil rodar uma música pois estão todas elas, milhares delas, armazenadas no computador, e é só selecionar uma e mandar para o ar. Antigamente, enquanto tocava uma canção em dois grandes toca-discos ou enquanto o locutor comunicava, íamos até a discoteca, que ocupava uma sala inteira com grandes prateleiras no prédio da Rua Tiradentes, onde está a Laurindo Motos, e escolhia alguns álbuns de sucessos para serem rodados. Tirava o vinil da capa, limpava-o e o colocava no prato para em seguida colocar a agulha sobre a faixa escolhida pelo comunicador, o ouvinte ou por mim mesmo, para rodar.

Tinha ainda a mesa de som, que em nada se parece com as atuais. Antigamente se girava grandes botões, hoje se apertam teclas com um simples toque. Os recursos de hoje são ilimitados nas mesmas, enquanto que antigamente havia apenas uma câmara de eco nelas. Demais sons e efeitos eram tudo em cartuchos gravados no estúdio de gravação ou comprados fora do município.

As cartucheiras era onde se colocavam os cartuchos das propagandas para serem veiculadas, semelhantes as fitas cassetes, tudo anotado em planilha de papel. Hoje, tudo isso está no computador, aliás no monitor.

Para se colocar a emissora no ar era preciso ir até o transmissor, que ficava atrás da unidade da Cotribá, na ERS 223. Cansei de ir até lá de madrugada debaixo de temporal e de geada para ligar o equipamento. O transmissor era do tamanho de um armário de três portas, com válvulas do tamanho de uma garrafa térmica. Hoje, ele cabe numa caixa de sapatos.

Hoje em dia, a maioria das coisas que se usou a 20, 30 anos estão obsoletas e encostadas em algum canto, como as máquinas de escrever e as câmeras fotográficas (com filme). E a coisa vai evoluindo cada vez mais. Uma loucura isso.

Confesso que, com quase seis décadas nas costas, me assombro com certas coisas que vejo. E fico imaginando como serão as coisas daqui há 20, 30 anos.



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