Blog do Sarico

A evolução das comunicações


Numa noite dessas, um grupo familiar se reuniu, em duas cidades gaúchas, distantes 300 quilômetros uma da outra, para uma conversa pelo celular, numa espécie de videoconferência caseira. E foi um show, soube, pois dela participou uma pessoa de idade sem nenhuma afinidade com a internet ou as tecnologias atuais. E elas ficaram mais de duas horas conversando. Deviam ter muita coisa para colocar em dia.

Agora, é impressionante a evolução das comunicações. Em 1975, quando comecei a trabalhar no Tapera Bureau, um escritório de contabilidade e representante do antigo INPS, aqui em Tapera (RS), eu chegava às 07h30 e solicitava uma ligação à telefonista da CRT (Companhia Rio-grandense de Comunicações), que ficava num prédio ao lado da Prefeitura velha e onde está hoje o Centro de Eventos. O telefone era daqueles que tinha de se bater no gancho para chamar a atendente na telefônica. Se batesse demais as meninas ficavam bravas pelo barulho em seus ouvidos. Enfim, uma ligação para Carazinho, distantes 45 km, era concluída depois das 11h, mais de três horas depois da solicitação.

Poucos tinham telefone na cidade naquela época e todos sabiam o número de dois dígitos de todos. Mas, a ligação tinha de passar pela central telefônica onde as atendentes mexiam com pinos com cabos que precisavam ser conectados a plugs para se poder falar.

Quem não tinha telefone tinha de ir até a telefônica para solicitar uma ligação. Precisava esperar e após ser chamado entrava numa cabine de madeira com vidro na frente, sentava no banco e falava. Tinha de ser depois das 20h quando a ligação era mais barata. E por ser cara se falava tudo rapidamente.

Havia ainda os fonogramas, onde a pessoa ligava para a telefonista que escrevia o recado num papel que depois era datilografado e enviado ao seu destinatário na cidade. E quem recebia não tinha telefone. Imagine a mão de obra para isso e o tempo gasto entre a solicitação e a entrega do recado.

E tinha também os Correios que oferecia o telegrama, nos mesmos moldes do fonograma. E para se ter ideia uma carta para Porto Alegre, por exemplo, demorava uma semana para ir e voltar – a resposta. Uma eternidade se comparado a hoje. Se a coisa era urgente se usava fonograma ou telegrama.

No começo dos anos 80, chegou a Tapera o sistema DDD/DDI e tudo foi melhorando. Com telefone discado não se utilizava mais a telefonista e o pessoal podia ligar para qualquer canto do mundo. Mas, a ligação continuava cara.

Hoje, com a internet e o celular e tudo mais, o mundo virou um bairro, pois tudo pode ser feito em tempo real, quando se quer a na hora que se quer.

E o que será que está vindo aí?



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