Blog do Sarico

O primeiro grupo escoteiro de Tapera


O Grupo de Escoteiros Cônego Bento de Tapera (RS), fundado em 1982, existe há 42 anos, mas o município teve um antes dele, que durou pouco tempo, e que eu, como muitos da minha época, fizemos parte dele.

Esse grupo foi criado em 1974 e durou até 1975. Eu não lembro se ele tinha nome, mas os coordenadores eram o Arnaldo Danielli e o Dialmino Salvadori e, vez por outra, o próprio Cônego Bento, que viria a dar nome ao atual grupo, dava uma passada nos encontros para participar. Nós nos reuníamos na garagem da residência do Ilmo Linné, que ficava ali na Rua Rui Barbosa, onde hoje é o setor de descarga do Supermercado Santa Clara.

A comprida garagem, que abrigava o caminhão FNM Romeu e Julieta do Ilmo, ficava entre as residências dele e a do Benvindo Corazza, e era nela que realizávamos os nossos encontros nas tardes de sábado e domingo.

A reunião de inscrição aconteceu num domingo à tarde, depois do cinema do Gentil, programa obrigatório da minha geração, no Tenarião, onde também jogávamos futsal e tínhamos as aulas de Educação Física e onde aconteciam as festas das escolas Dionísio e Imaculada.

E nestes encontros recebíamos noções do movimento escotista em folhas de ofício mimeografadas, que nos eram repassadas pelo grupo escoteiro Levino Junges de Carazinho, que auxiliava na criação do grupo taperense. E, nestes materiais, havia ajuda ao próximo, primeiros socorros, sobrevivência na selva, localização, código Morse, entre outros e, principalmente civismo, algo muito em falta atualmente, mas que os escoteiros mantem, assim como a disciplina.

Nós não tínhamos fardamento, nem bandeira e muito menos divisão por idade, pois a gurizada era praticamente da mesma faixa etária, com alguns para mais e outros para menos.

Esse movimento durou pouco mais de um ano e cessou, se não me engano, por problemas no registro.

Mas, de algumas coisas eu lembro bem. Dos acampamentos que fazíamos, pois não tendo barracas, ficávamos debaixo de uma lona na carroceria do caminhão do Ilmo. O primeiro deles, foi em cima do caminhão em frente à “sede”. E uma vez, fomos até a Linha Etelvina acampar, onde ficamos um final de semana em barracas. Houve choro de alguns querendo voltar para casa. Na noite de sábado, nos reunimos ao redor de uma enorme fogueira para conversar e contar casos.

Lembro também que fritamos um ovo sobre uma pedra, coisa que está no manual escoteiro. E teve uma pescaria desautorizada que gerou certo estresse no grupo. Agora, aquela turma não era nada fácil.

Outra coisa eu não esqueço é do manual que tínhamos: o Manual do Escoteiro Mirim, com personagens de Walt Disney falando sobre todas as atividades e ações do movimento escoteiro. Eu tinha um exemplar que se perdeu com o tempo. Pois, lidando na internet, encontrei o mesmo reeditado e com preço bem salgado. Vou ter de comprá-lo para colocar no meu arquivo e ter mais recordações de outro belo tempo que passamos aqui em Tapera na nossa adolescência.

Pedi a alguns dos participantes se tinham fotografias do grupo em casa, sem sucesso. Acontece que naquele tempo, se quiséssemos fotos, tínhamos de apelar ao Adão Pesenti e não se tinha essa necessidade de uma imagem como se tem hoje em dia, além disso poucas pessoas tinham em casa uma câmera fotográfica com rolo ou cartucho de filme.

E fica aqui o meu agradecimento às memórias do Necão Di Domênico, Marquinhos Crestani, Toni Pasinato, Joãozinho Danielli e Auri Linné, filho do Ilmo, pela contribuição, eles que fizeram parte do referido grupo.

Sempre alerta!



Comentários

Comente


*