Blog do Sarico

Nossa Senhora Bambina


Quem vai na bela igrejinha do Centro Turístico Crestani, localizado na Linha Etelvina, interior de Tapera (RS), verá entre as várias imagens que lá estão a de uma criança deitada ao pé do altar mor. É Nossa Senhora Menina ou Nossa Senhora Bambina, como dizem os italianos.

Conversando com o Nadir Crestani, meu tio, e com pessoas antigas da Linha Etelvina, soube que a imagem foi um presente dado àquela comunidade pela minha avó, Zelinda, que foi a primeira professora daquela localidade, lá no final dos anos 1920.

A Zelinda tinha duas irmãs freiras, Madre Inês e Irmã Luiza Vergínia. A Madre Inês foi Provincial das Irmãs de São José e viajava seguidamente ao Vaticano onde conheceu Nossa Senhora Menina, que vem a ser a padroeira de Milão, Itália. E numa de suas viagens ela trouxe de lá duas imagens da santinha para o Brasil. Uma ficou em Tapera e a outra foi enviada às irmãs em Santa Maria (RS). Eu tentei localizar o paradeiro desta imagem lá, sem sucesso. Ninguém sabe dela.

Pesquisando na internet, descobri que existem várias cidades pelo Brasil que veneram a pequena santa e que possuem santuário dedicado a ela, entre as quais Silveira Martins, 4ª colônia da imigração italiana ao Rio Grande do Sul, e próxima a Santa Maria. Aliás, a religiosidade de Silveira Martins tem muito a ver com Tapera.

Segundo a história, Vincenzo Guerra, nascido em 1858, em Buia, distrito de Udine, na Itália, veio para o Rio Grande do Sul em 1877 e após uma enfermidade construiu lá um santuário dedicado à Nossa Senhora Bambina e à Nossa Senhora da Pompeia, que vem a ser a padroeira de Tapera. A obra iniciou em 1900 e foi concluída em 1909.

Origem da devoção à Nossa Senhora Menina
No Convento de São José de Graça, na cidade do México, residia uma comunidade de monjas concepcionistas, dentre elas havia uma irmã que se destacava pela humildade e pela simplicidade, era a irmã Magdalena. Exatamente no dia 6 de janeiro de 1840, na festividade dos Santos Reis, enquanto rezava diante do presépio adorando a imagem do menino Jesus, irmã Magdalena teve a seguinte inspiração: por que não celebrar com cânticos de alegria o nascimento de Maria, como se faz com o menino Jesus? Veio-lhe à mente a imagem de Maria menina sobre nuvens, recém-nascida, deitada, vestida como uma rainha.

A título de informação. Zelinda Crestani foi professora na Linha Etelvina de 1927 a 1928, quando pediu exoneração por problemas de saúde e também por segurança, pois tinha de andar a cavalo pela mata densa que havia na região, aproximadamente quatro quilômetros, até a escola. Com medo dos animais, que haviam muitos por aqui, ela levava consigo uma espingarda.

 



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