Evolução na comunicação
A Rádio Cultura de Tapera está desde a última sexta-feira (22) no FM. Em duas semanas ela encerrará as suas transmissões na AM (Amplitude Modulada) 1380 para fazê-lo agora na FM (Frequência Modulada) 99.7. Com o ingresso nessa nova banda, o som da emissora terá maior qualidade e amplitude, indo mais longe.
E nesta mudança chamou a minha atenção os equipamentos que o pessoal instalou na emissora, especialmente o transmissor. Minúsculo se comparado com os de antigamente.
Quando eu entrei na antiga Rádio Gazeta, em 1982, o seu transmissor, um Bandeirante de 1KW valvulado, ficava acomodado em uma casinha de alvenaria na ERS 223, nos fundos da antiga OHF, hoje Cotribá. Ele tinha o tamanho de um armário de duas portas, com quatro válvulas do tamanho de um vidro de Nescafé (160g) e pesava muito. Hoje, o transmissor, de 5KW, cabe em cima de uma mesa, podendo ser carregado por uma única pessoa, além de ser todo transistorizado, dispensando o uso de válvulas.
Ainda, quando operava a mesa de áudio da Gazeta, ela era enorme e com poucos recursos. Na verdade, tinha apenas um: a câmara de eco, que nos programas, especialmente o do Castelinho, “fazíamos chover” com ela. Hoje, as mesas são praticamente do mesmo tamanho, mas repletas de botões e mostradores e com muito mais recursos.
A programação de uma emissora precisa ser gravada e guardada durante certo período. No meu tempo se gravava ela em um grande gravador de rolo. Hoje, tudo é armazenado dentro de um HD com infinito espaço.
Além disso, antigamente, era muito desafiador fazer transmissões externas, principalmente, jogos de futebol. Tínhamos de carregar cabo, rolo, antena, maleta de equipamentos – e ainda precisávamos contar com a sorte de a antiga CRT liberar o sinal fora de Tapera. Hoje, se faz rádio brincando, com pouquíssimos recursos, bastando para isso um smartphone e sinal bom de internet.
Mas, apesar de todas essas mudanças e evolução, uma coisa jamais mudará no rádio: o talento do comunicador, pois não é uma tarefa fácil, tendo em vista a imprescindibilidade de prender a atenção do ouvinte. E, para isso, é necessário ter conteúdo e jogo de cintura. Definitivamente, o bom profissional nasce com o dom do microfone e deve estar sempre muito bem informado em tudo para que passe credibilidade a quem está do outro lado na escuta. Também, dar ao ouvinte o que ele quer e gosta.
Enfim, de parabéns o pessoal da Rádio Cultura e também de Tapera por este novo passo na comunicação.

Poderiam aproveitar a oportunidade para atualizar também os radialistas…
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