Blog do Sarico

Morte por encomenda


Numa noite dessas, no National Geographic, passava uma matéria sobre matadores de aluguel, apresentado pela jornalista portuguesa, Mariana Van Zeller. A Mariana, no seu programa “Mercado Ilegal”, viaja pelo mundo todo para ver “in loco” como o crime acontece, seja ele de drogas, falsificação de moedas, sequestro, tráfico de pessoas e de órgãos e até de morte por encomenda.

Como ela escolhe a pauta de suas entrevistas eu não sei. Ela escolhe uma cidade e a vasculha em busca de uma reportagem. Como ela é uma figura conhecida, fica mais fácil encontrar pessoas disposta a falar do seu “trabalho”, mas sempre na penumbra, com o rosto encoberto e a voz modificada. Não é fácil fazer este tipo de reportagem, pois existe sempre risco de morte. Às vezes, ela pode demorar para acontecer devido a procura e a aceitação do escolhido.

Neste programa que vi, num bairro de Los Angeles, a segunda maior cidade dos EUA, com mais de 3,9 milhões de habitantes, a Mariana foi atrás de matadores de aluguel, algo bastante comum nas grandes cidades e os motivos são sempre os mesmos: drogas, dinheiro e mulher.

Nesta reportagem, o matador estava muito nervoso e algumas vezes foi áspero com Mariana e não respondeu algumas de suas perguntas.

Ele falou que cobrava o valor dependendo de quem era a pessoa e o local da execução. Segundo ele, a consumação do contrato poderia demorar algumas semanas, pois há a necessidade de conhecer a rotina do escolhido e seus hábitos. E os preços do serviço variam de 20 a 50 mil dólares.

A repórter pediu como era a morte, que tipo de arma era usada. O matador disse que é com pistola e que com fuzil só acontece nos filmes, por que tudo acontece na rua, normalmente na entrada ou saída de casa ou trabalho da vítima. E com vários tiros, por segurança. Ele disse que poupa a família, mas que tem colegas seus que matam todos, “por pura maldade”, disse.

Sobre quem o contrata, disse que são chefes de cartéis e facções, por domínio de território ou cobrança de dinheiro por empréstimo ou droga, mas que já fez trabalho para acabar com sócio e também com amante da mulher.

Quando Mariana pediu se ele tinha família, ele vacilou na resposta, mas disse que sim. E quando pediu se ela sabia o que ele fazia, o homem ficou muito nervoso e colocou a mão na arma na cintura e lhe disse que não se fala em família e que isso não tinha sido acordado no acerto da entrevista. Também, que a entrevista terminava ali e que deixaria o local para não fazer bobagem. O homem virou as costas e se foi para um beco escuro deixando a jornalista falando sozinha e amedrontada.

É, a vida de uma pessoa não vale nada no mundo do crime em lugar nenhum do planeta quando envolve droga, dinheiro, mulher e poder.



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