Blog do Sarico

O bloqueio da página do JEAcontece pelo Facebook


Na semana passada, nós do JEAcontece fomos pegos de surpresa com o bloqueio de nossa página no Facebook. Ao tentar entrar no site, recebemos um aviso da plataforma de que o acesso está temporariamente suspenso, sem apresentar qualquer justificativa e, muito menos, um aviso prévio – o que é um desrespeito ao usuário da rede social.

Muitos dos leitores que não estavam conseguindo localizar a página do JE no Facebook pensaram que ela havia sido excluída por nós mesmos. Outros conjecturaram que o motivo do bloqueio se deu por meio de ordem judicial. Mas, não foi nada disso.

Depois de nos informarmos com especialistas no assunto, tomamos conhecimento de que o Facebook tem dessas de bloquear páginas e perfis – e, inclusive, até demorou para acontecer com a página do JE, pois esta foi a primeira suspensão em quase doze anos de existência.

O que acontece é que a Meta (a empresa que administra o Facebook e o Instagram) possui um sistema de moderação dos conteúdos que circulam em suas plataformas, para evitar que elas se tornem ambientes “insalubres”, com a divulgação de postagens impróprias, como cenas de mutilação, suicídio, sexo explícito, entre outros.

A Meta possui os chamados “Padrões da Comunidade”, que dispõem sobre as categorias de conteúdos que são proibidas de serem abordadas em suas plataformas, que são: conteúdo produzido e distribuído por contas falsas; conteúdo com termos de ódio conhecidos; conteúdo que pode incitar ou facilitar violência grave; bullying e assédio; violência explícita; nudez adulta e atividades sexuais.

À medida que um perfil ou uma página vão desobedecendo essas regras, vão sendo aplicadas medidas interventivas, de forma automática, pela plataforma, como, por exemplo, a redução do alcance às postagens, até chegar nas medidas mais severas, que são a suspensão temporária e a exclusão definitiva da conta.

Entretanto, quem faz o julgamento sobre quais conteúdos estão violando as regras da plataforma é uma inteligência artificial, que não é capaz de interpretar o contexto dos textos e das imagens que são postados – o que acaba sendo um grande problema, porque gera injustiças na aplicação das sanções, pela Meta.

E isso acaba dificultando a atividade da imprensa, nas redes sociais, porque não há como fugir dessas categorias consideradas sensíveis. Um veículo de comunicação, inevitavelmente, vai ter que abordar esses assuntos considerados inapropriados pelas plataformas, como tráfico de drogas e homicídio, por exemplo. Mas, infelizmente, a (“des”)inteligência artificial do Facebook não sabe diferenciar uma notícia/reportagem de um conteúdo que, de fato, viole os termos da rede social (que, por exemplo, faça apelação ao uso de drogas ou que demonstre uma imagem explícita da cena de um homicídio).

Enfim, é uma situação bem delicada e que, de certa forma, gera revolta em relação à Meta. Mas, não há muito o que fazer, porque as redes sociais são espaços privados e, no momento em que registramos uma conta nelas, automaticamente, concordamos com os termos de serviço e com as regras de cada plataforma – que, apesar de serem sediadas nos Estados Unidos, as diretrizes valem para o mundo todo.

Agora, resta esperar o nosso período de suspensão acabar (que nem sabemos de quanto tempo é), para que voltemos à normalidade. Ainda bem que o JEAcontece possui um site próprio, que não depende exclusivamente das redes sociais para hospedar o seu conteúdo, se não, teríamos que acionar a Justiça para recuperar o acesso à página.

A propósito: criamos uma página temporária para o JE, no Facebook. Acesse ela, para não perder as notícias de Tapera e região. E, quando a página principal voltar, estarei informando os leitores, aqui.



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