Professora armada por segurança
No dia 08 de outubro de 1927, a minha avó paterna, Zelinda Biazus Crestani, foi nomeada professora da Escola Municipal de Linha Etelvina, interior de Tapera, então 8º distrito de Passo Fundo.
Essa foto, quase centenária, tirada em 21 de dezembro de 1927, mostra a professora Zelinda com os seus alunos, de várias idades pelo que se pode ver, todos habitantes daquela região que iam estudar na Linha Etelvina, uma das quatro comunidades italianas aqui de Tapera. E, para ir à escola, os meninos e as meninas o faziam a pé, a cavalo ou mula e ainda de aranha, uma espécie de charrete (carroça), de dois lugares e duas rodas, puxada por um cavalo ou mula.
Em 05 de janeiro de 1928 a professora Zelinda pediu exoneração do cargo, alegando problemas de saúde e também por segurança, pois ela tinha de andar a cavalo pela mata densa que havia aqui no começo, aproximadamente três quilômetros, até a escola. Com medo dos animais, que haviam muitos por aqui, ela levava consigo uma espingarda.
Imagina hoje em dia uma professora chegando na sua escola levando uma sacola em um dos braços e no outro uma “estiopeta”, como chamavam uma espingarda antigamente. Mas, aqui era muito perigoso porque a mata escondia muitos perigos.
A propósito. Muitos destes meninos e meninas deixaram filhos, netos e bisnetos espalhados por aí. E uma identificação é impossível.
Outra coisa. O que estaria escrito naquele quadro?
Essa foto veio do álbum do Nadir Natal Crestani, filho da Zelinda e irmão do meu pai, Ivo. E a história me foi contada por ele.
COMPLEMENTO:
A Lacy Ruschel, uma das filhas da Zelinda e irmã do Nadir e do meu pai Ivo, veio em meu socorro na tradução do que está escrito no quadro negro: “ESCOLA PÚBLICA MUNICIPAL LOCALIZADA NA LINHA ETELVINA, TAPERA, 8º DISTRITO DE PASSO FUNDO REGIDA PELA PROFESSORA ZELINDA CRESTANI, 21/12/1927”.
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