Blog do Sarico

Ozonioterapia


A Câmara dos Deputados aprovou a utilização da ozonioterapia no Brasil e o presidente Lula sancionou a lei. Porém, o seu uso é desaconselhado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que em 2018 publicou uma resolução definindo a terapia como um procedimento que pode ser realizado apenas em caráter experimental.

A ozonoterapia consiste na introdução de ozônio no organismo através de vários métodos, geralmente envolvendo a mistura com gases (ozônio e oxigênio) e líquidos antes da injeção por via vaginal, retal, intramuscular, subcutânea ou intravenosa. O ozônio também pode ser introduzido por meio da auto-hemoterapia, na qual o sangue é retirado do paciente, exposto ao ozônio, e posteriormente reinjetado.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aponta que as únicas indicações de uso da ozonioterapia “com segurança e eficácia” são na área da Odontologia, como parte do tratamento das cáries, da periodontite (inflamação grave da gengiva), de canais dentários e durante a recuperação de tecidos após cirurgias na boca. No campo da estética, a Anvisa também diz que esse gás pode auxiliar na limpeza e na assepsia (eliminação de bactérias) da pele.

Em nota técnica publicada em 2022, a Anvisa destaca que o ozônio “é um gás com forte poder oxidante e bactericida”. O “bactericida” significa que ele é capaz de eliminar bactérias de uma determinada região ou superfície. Por conta dessas características, esse gás é comumente usado para desinfectar objetos e fazer o tratamento de reservatórios de água, como piscinas. Imagina…

Como a Anvisa, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Associação Médica Brasileira (AMB) também têm ressalvas quanto ao seu uso. A Food and Drugs Administration (FDA, que é equivalente à Anvisa nos EUA) reiterou que, quando inalado, o ozônio é um gás tóxico, não indicado para uso médico. Se trata de um gás oxidante, que pode causar irritação nos pulmões, afetar a função respiratória e ser prejudicial à saúde.

Segundo a Anvisa, não há equipamentos de produção de ozônio aprovados por ela, para uso em indicações médicas no Brasil, visto que ainda não foram apresentadas evidências científicas que comprovem a sua eficácia e segurança.

Durante a pandemia, chegou-se a cogitar o uso dessa terapia, no tratamento da Covid. Entretanto, estudos científicos demonstram a sua ineficácia, bem como a probabilidade de causar danos ao organismo.

Afinal, a quem interessa a aprovação do uso da ozonioterapia no Brasil, se ela é desaconselhada e prejudicial à saúde humana? Fica aí o questionamento.



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