Blog do Sarico

O incêndio no hospital de Tapera


Na noite de 10 de março de 1943, há exatos 80 anos, na última noite de Carnaval, o pessoal estava no Salão Junges, atual Clube Aliança, quando veio a notícia de que o Hospital Roque Gonzalez estava pegando fogo. O tempo estava para chuva e ventava muito na oportunidade. Várias pessoas correram para lá para tentar combater o fogo. A parte do madeirame e os móveis foram todos queimados, ficando apenas a estrutura física do prédio. Mais tarde, o hospital foi reconstruído sobre o que havia restado num grande esforço coletivo da comunidade.

Comentou-se ao longo dos anos a possibilidade de o sinistro ter sido criminoso, por conta da rivalidade política existente no vilarejo, na época, distrito de Carazinho.

Algumas pessoas mais antigas, que conhecem a história do município, dizem que o incêndio foi acidental, tendo começado numa casa ou galpão de madeira existente atrás do hospital. E com o vento as labaredas devem ter derrubado uma vela ou lamparina no chão e as chamas foram empurradas na direção do hospital.

As irmãs, lideradas pela administradora, Irmã Gervine, transportaram os oito doentes internados para a praça central, que fica em frente. Não se tem notícias de quem eram os internados. Felizmente, ninguém se feriu.

O que chama atenção nesta história é a dúvida quanto a casa ou galpão existente atrás do hospital. Uma pessoa me disse acreditar que alguém estava dormindo no local e fazia uso de uma vela para iluminá-lo e, com o forte vento, a vela deve de fato ter caído dando início ao fogo. É uma suposição, pois tem gente que não lembra da tal construção nos fundos, permanecendo a teoria aquela.

E por conta da rivalidade existente no vilarejo, iniciada em 1942, Tapera teve dois hospitais por muitos anos: o Roque Gonzalez, que continua em atividade, e o Nossa Senhora do Rosário, que não existe mais, e onde hoje funciona a Secretaria Municipal de Saúde e toda a sua estrutura e a Clínica Mater Dai.



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