Blog do Sarico

Os Hermanos estão por toda parte


Recentemente, tirei umas férias e me fui com um grupo de amigos para Florianópolis (SC), curtir as praias de lá, afinal, eu também sou filho de Deus, e merecia dar uma parada, após um ano para lá de turbulento.

E, no Estado vizinho, chamou minha atenção a quantidade de argentinos nas praias. E eles estão por toda parte. Aí, a gente se questiona: como pode esse pessoal “invadir” o Brasil, estando com a sua economia em frangalhos, há anos?

Eu sempre achei que quem vinha ao Brasil veranear eram os ricos, os profissionais liberais e os funcionários públicos de alto escalão. Ledo engano! Conversando com um argentino e sua esposa e com um corretor de imóveis brasileiro, soube que a história é bem outra.

A Argentina pode estar com sua economia esmigalhada, mas o país vai seguindo em frente do jeito que dá, com os preços dos produtos e serviços nas alturas, mas torcendo para que a controlem, de uma vez por todas. Eles jamais perdem a esperança, disseram.

O Hermano me falou que lá é muito forte essa cultura de viajar e o que possibilita isso é a poupança que eles fazem, economizando o ano todo para tirar 15, 20 ou 30 dias de férias no Brasil, já que as suas praias são frias e não têm a beleza do litoral brasileiro.

O corretor me disse que cansou de ver argentinos quebrando cofrinhos onde as crianças guardam moedas e notas de pequeno valor. Até elas contribuem com a família na poupança para as férias, evitando gastos supérfluos durante o ano, para que possam vir ao Brasil, se instalar bem, comer bem e se divertir.

Outra impressão que eu sempre tive é que as praias brasileiras eram escolhidas de acordo com o poder aquisitivo dos argentinos. Não é. Quem opta por ficar no Rio Grande do Sul, por exemplo, é porque não quer viajar por uma longa distância, pois seu período de férias é mais curto, de no máximo duas semanas, independente do tamanho da sua carteira. Já aqueles que optam por ir a Santa Catarina são os que tiram 30 dias de férias ou mais, então, podem se aventurar mais tempo na estrada. Muitos viajam em grupo para baratear a viagem.

Mas, o casal com quem conversei não nega que, por outro lado, os conterrâneos com maior poder aquisitivo aproveitam para tirar férias em outros países e, quando optam por vir ao Brasil, preferem as praias do Nordeste, viajando de avião, obviamente. E tem os que optam pelas praias do norte de Floripa, como Jurerê e Canasvieiras, pela sua noite.

O fato é que, independentemente da classe social e do momento da economia do país, os Hermanos não abrem mão do descanso e do lazer, principalmente em família. E a economia do litoral brasileiro agradece a visita dos vizinhos, pois eles são ótimos fregue$e$, o que é assegurado pelo corretor brasileiro.

Em tempo. Não é só argentino que tem nas praias catarinenses. Tem também uruguaios, paraguaios e até chilenos.



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