Blog do Sarico

Brinquedos e profissões de ontem e de hoje


No meu tempo de criança, e muito antes disso, os meninos se divertiam com carrinhos e muitos outros brinquedos improvisados, mas, o atrativo principal eram as bolas de futebol – como se, a partir de cada lance feito com ela, pudéssemos estar tendo a chance de, no futuro, realizarmos o sonho de nos tornarmos grandes craques, repletos de sucesso e de dinheiro.

As meninas, por sua vez, acabavam brincando com bonecas e casinhas – antecipando o que, certamente, viriam a ser no futuro: donas de casa, esposas e mães. Era uma brincadeira mascarada de “treino”, para que, desde pequenas, elas fossem se acostumando a exercer atividades atreladas ao cuidado (da casa e da família, no geral).

Além de jogador de futebol e de dona de casa, as profissões mais visadas naquele tempo – e que faziam a “alegria” dos pais – eram: médico (isso para quem tinha condições financeiras); professor; funcionário do Banco do Brasil ou da Caixa; e padre ou freira – não nesta ordem, necessariamente.

Atualmente, é possível afirmar que todas essas profissões já não são mais procuradas pelos jovens – à exceção da Medicina, que sempre se encontra em alta, e do futebol profissional, apenas no caso daqueles que, realmente, têm potencial para seguir carreira de craque, o que é uma minoria mesmo com tantos clubes espalhados por aí.

E isso ocorre porque o mundo está em constante mudança. A mentalidade, os anseios e as opções dos jovens de hoje estão completamente diferentes e ampliadas, em relação à minha época. Sem falar na infeliz desvalorização de certas profissões, a exemplo da de professor, citada anteriormente – o que acaba desestimulando as pessoas a seguir nessa carreira que é basilar, fundamental para a evolução da sociedade.

Outra questão a ser pontuada é que, no meu tempo, não éramos instigados a empreender – até porque as ideias e os recursos eram bastante limitados. Então, isso era algo que ficava por conta de pessoas “iluminadas”, que tinham visão de mundo e do futuro, assim como ocorre hoje.

Por fim, retomando o que referi no início do texto, é possível perceber que, hoje em dia, até mesmo os brinquedos estão totalmente diferentes e, talvez, eles já nem sejam mais o reflexo daquilo que as crianças e os adolescentes vão querer ser no futuro – como acontecia na minha época, com o sonho generalizado de ser jogador de futebol.

Talvez, hoje, o sonho da garotada seja se tornar jogadores profissionais de videogame (algo que, até então, eu desconhecia), YouTubers, influenciadores digitais – porque tudo isso é a diversão e a atração do momento, obviamente, na internet.

E, a partir de tudo isso, uma coisa que pode ser pensada é o futuro das profissões. Será que, daqui a alguns anos, teremos ainda profissionais para exercer determinadas atividades, tendo em vista a baixa procura de formação, em determinadas áreas? E, até mesmo, em razão das mudanças nas demandas da sociedade – veja que eu não sabia que tinha gente que era paga para jogar videogame (e tem até equipes para isso, tal como times de futebol). E em que medida, será, a tecnologia e a inovação irão contribuir para a modificação na conjuntura profissional do futuro? Fica o questionamento, caro leitor.



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