Blog do Sarico

Medidas extremas para sobreviver


A pandemia está massacrando a população mundial e, em certos casos, transformando vidas e jogando valores no lixo. Segundo reportagem do UOL, mulheres que foram demitidas e cujos maridos também enfrentam o desemprego, estão se prostituindo para colocar comida na mesa e pagar as contas do final do mês – tudo com o consentimento do companheiro, que se obriga a aceitar, sem reclamar. Por pura necessidade, tem mulher, em São Paulo, se deitando com estranhos, por apenas R$ 50,00.

Essas mulheres, entre 21 e 45 anos, têm a sua profissão e são qualificadas, mas, devido à pandemia, foram demitidas e se obrigaram ao extremo para manter o sustento da família.

Depois do programa, as mulheres vão para o banho e, após uma tarde e uma noite de “trabalho”, voltam para suas casas se sentido sujas e humilhadas, mas satisfeitas por terem dinheiro para encher a geladeira.

Na rua, segundo a reportagem, duas das mulheres entrevistadas disseram que obtêm em torno de R$ 500 por dia, num total de 10 programas ou mais, entre 14h e 23h. Ganham mais do que trabalhando formalmente, com carteira assinada, disse uma delas.

E, enquanto a mãe batalha na rua, o pai cuida dos filhos em casa. Se os homens fazem a sua parte para procurar emprego ou dar um jeito em sua vida e de sua família, a reportagem não falou nada a respeito. Nem as mulheres.

Uma delas disse que sua família, quando descobriu a nova atividade da filha, ficaram indignados e horrorizados e romperam a relação com ela, mas se obrigaram a reatar depois de ficar sabendo as condições que a filha vivia em casa, em família.

Essas mulheres dizem que voltarão ao mercado de trabalho formal, quando tudo isso passar, mas sabem que não ganharão tanto quanto faturam oferecendo o corpo por dinheiro. Por outro lado, temem não buscarem uma recolocação em sua antiga profissão, por estarem seduzidas pela lucratividade e rapidez proporcionada pela prostituição.

Olha, nada contra quem faz da venda do corpo a sua profissão e o seu ganha pão, afinal, isso é uma escolha de cada um. Mas, confesso que a reportagem me chocou muito, pois penso que ninguém, em circunstância alguma, deveria se submeter a esse tipo de situação para sobreviver.

Em um mundo marcado pela crise econômica e diante da ausência de alternativas, infelizmente, a iminência da fome obriga o ser humano à prática de atos extremos, em nome de sua sobrevivência e de sua família.

O mundo é muito bonito, mas também é muito cruel.



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