Blog do Sarico

O júri do Caso Padre Eduardo


Nesta quarta-feira (24), estive na Câmara de Vereadores de Tapera (RS), acompanhando o julgamento de Jairo Paulinho Kolling, autor da morte do padre Eduardo Pegoraro, em 22/05/2015. Após, quase 12 horas de trabalho, o réu foi condenado a 26 anos e 10 meses de prisão, saindo do local algemado. Jairo, que passou a maior parte do processo em liberdade, vai agora cumprir sua pena no Presidio Estadual de Espumoso (RS). A comunidade taperense, que sentiu muito a morte de seu pároco, queria justiça (e paz) e levou, quase quatro anos depois.

Em suas colocações, a acusação passou seu tempo, 90 minutos, tentando provar aos jurados, que Jairo cometeu um crime motivado por ciúme, tendo tirado a vida do padre e por pouco a de sua ex-mulher, Patrícia, e a sua própria. Já a defesa, no mesmo tempo, se agarrou na tese de que o padre mantinha um caso com Patrícia, fato que a acusação negava o tempo todo. Em certo momento, o advogado de Jairo disse que Patrícia e padre Eduardo tinham um caso e a promotora disse que não havia provas disso, ao que o advogado devolveu dizendo que as mesmas haviam sido apagadas. Eu não entendo nada de informática e de tecnologia, mas sei que tudo que entra em um telefone, pode ser apagado nele, mas fica tudo armazenado em algum lugar. Será que o MP e a defesa não foram atrás disso? Sim, porque mesmo o mundo virtual deixa “rastros” e a perícia consegue alcançá-los com facilidade.

A defesa trabalhou no sentido não de absolver o réu, mas de reduzir ao máximo a sua pena, afastando as agravantes. Já o MP e os advogados assistentes, trabalharam para que Jairo Kolling fosse condenado à pena máxima pagando pelo ato cometido. As duas partes fizeram seu trabalho, mas ao final a Justiça foi feita, devido à grande quantidade de provas e ao fato em si.

Para mim, um júri é como um teatro, onde os personagens tentam de todas as formas convencer o “expectador”, no caso o conselho de sentença. Só que leva a melhor quem tiver mais provas. De preferência, irrefutáveis.

E no caso dos jurados, os sete, sendo quatro homens e três mulheres, estes entenderam o clamor popular e decidiram a questão, dando um ponto final a ela. O tribunal do júri é criado para atender este mesmo clamor.

Agora, o Jairo, que cumpra a sua pena. Ele terá muito tempo neste período para pensar no que fez em nome de algo que não foi confirmado. E a vida segue.

E a família de padre Eduardo e os seus amigos tentarão viver suas vidas sem a sua presença, ele que fora vítima de uma suposição não comprovada.



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