Blog do Sarico

Aniversário


Aniversário 1Na última segunda-feira (25), a Rádio Princesa de Selbach completou 06 anos no ar. Não consegui ir até lá para dar um abraço no pessoal, mas segue aqui o meu parabéns. Tenho história na emissora também, tendo sido um dos seus primeiros locutores. Parabéns, moçada, e bola para frente, sempre.

Falando em rádio, a coisa anda séria nos dias atuais no setor e a queixa é geral pela falta de pessoal qualificado e disposto a “vestir” a camisa. Eu sou do tempo em que nele se fazia de tudo e se trabalhava 24 horas por dia, nos sete dias da semana. Hoje, parece que as pessoas não querem mais saber de trabalhar e acham que ele funciona das 08h da segunda-feira até às 18h da sexta-feira. Não é assim. Por sua instantaneidade, o rádio funciona o dia todo.

Lembro de quando abria a então Rádio Gazeta de Tapera, hoje Cultura, às 05h, de segunda à sábado. Fiz isso durante uns três anos e várias vezes retornava para cumprir escala nos três turnos. E não tinha ruim. Também lembro das transmissões de futebol na região e pelo Estado todo, assim como de trepar em árvores e postes para transmitir estes jogos. Não esqueço das brigas com a antena da unidade móvel, da maleta de transmissão, dos microfones, dos cabos de reportagem, das linhas da antiga CRT e com seus técnicos que não nos davam apoio quando mais precisávamos deles. Ainda, das “mágicas” que fazíamos para poder transmitir jogos e eventos. E quando falo em mágica, eu não minto. Hoje, isso daria processo. Mas, o espetáculo tinha de acontecer. Ou melhor, transmitido, pois tinha sido vendido e a emissora precisava faturar.

Minha primeira transmissão como repórter e também da emissora, foi a inauguração da usina de álcool da Gradespe, hoje Grandespe, no Salto do Jacuí, em 1982. Eu era operador de áudio e ensaiava meus primeiros passos para me tornar um repórter e depois locutor. A coisa não era rápida como é hoje. Havia um longo período de preparação. O Leo Utteich, primeiro gerente da Gazeta, me atirou literalmente o microfone na mão e ordenou que fosse entrevistar o pessoal. Foi uma bomba aquilo. Não foi fácil, confesso, mas consegui e aos poucos fui ganhando confiança, minha e dos colegas, e fui evoluindo. Não tinha voz, numa época em que ela era muito valorizada no rádio, mas fui aprimorando minha comunicação com boas perguntas e muita atenção. E à noite, me escutava e me corrigia. Que tempos aqueles…

E se a gente errava, e todos erram, éramos corrigido na hora. Nos diziam que era para aprendermos e, principalmente, para não pegarmos certos “vícios” que o rádio teima em ter e que estragam todo um trabalho feito a muitas mãos.

Sou de uma geração que está acabando no rádio e não se sabe como será daqui para frente com o pensamento dos profissionais atuais e sua vontade de trabalhar. No rádio eu fiz de tudo. Só não limpei banheiro, não que isso seja um demérito, não, mas digo para dar uma ideia do que um radialista deve saber e fazer na Casa. No rádio todos fazem tudo e o dinamismo é um diferencial e tanto, sem falar no talento que se aperfeiçoa com o tempo. Como o vinho.



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