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Jairo falou


Jairo falou 1Ontem pela manhã, às 10h, estive no salão do júri do Fórum de Tapera para acompanhar o depoimento de Jairo Paulinho Kolling, autor da morte do padre Eduardo Pegoraro, em maio, na Casa Paroquial de Tapera, por desconfiar que sua esposa, Patrícia, mantinha um caso com o religioso.

Achei que o Jairo, após confessar o crime ainda no dia, não falaria, mas ele falou à juíza Marilene Parizotto Campagna, diretora da comarca taperense, orientado por seus advogados, que não fizeram nenhuma pergunta a ele, deixando os questionamentos com a promotora Marisaura Fior e os advogados de acusação José Tamiozzo, de Passo Fundo; e Ivan Batista, de Espumoso.

Em seu depoimento, Jairo se contradisse em algumas questões e não soube responder a outras.  Ele não deixou claro o motivo de levar junto uma arma para uma simples conversa e confirmou que o telefone de Patrícia não possuía senha e assim qualquer pessoa poderia acessá-lo. O réu se contradisse ao dizer que, ao chegar na Casa Paroquial, padre Eduardo estava com medo, como quem devia algo, e após, já dentro da Casa, estaria debochando dele. Um dos motivos para a desconfiança eram as constantes trocas de mensagens entre Patrícia e o religioso e o fato dele ter dado a ela, de presente, uma garrafa de champanhe com duas taças de cristal em um jantar na casa do casal em que estavam ainda alguns seminaristas, alunos de Patrícia. Também, sobre perguntas que padre Eduardo teria feito a ele sobre seu casamento em uma festa no Mourisco, em Selbach.

Jairo Kolling também disse que não era seu tipo ser violento e que fez tudo aquilo por que estava com ciúmes da esposa, de suas mentiras, e que as risadas dos dois provocaram a sua reação extrema.

A audiência durou cerca de 40 minutos e após, Jairo deixou o Fórum com seus advogados, pois está em liberdade amparado por habeas corpus expedido pelo TJ-RS. Ele deverá ficar nesta condição até o dia do julgamento, que deverá acontecer em Tapera, em data a ser marcada, após esgotados todos os prazos.

Na primeira audiência, realizada no dia 17 de agosto, em que Jairo não falou, duas testemunhas suas não foram ouvidas por que não residem na região e seriam ouvidas em Panambi e Veranópolis e que confirmariam o suposto caso de Patrícia e Eduardo. Segundo o advogado Ivan Batista, defensor de Patrícia Haunss Kolling, as duas testemunhas já foram ouvidas e não confirmaram nada, apenas disseram ter ouvido boatos sobre o mesmo. O advogado também disse que nas conversas e mensagens degravadas nos dois telefones, de Patrícia e do padre, não há nada que confirme tal relacionamento.

Na saída do Fórum, falei com o Jairo, a quem conheço de longa data de Selbach, e lhe pedi se tinha noção do que fez e se estava arrependido. Ele respondeu que tem noção do ato praticado e que terá de encarar a coisa e que está arrependido, mas que não cometeu o crime sozinho.

À juíza Marilene Campagna, após a audiência, perguntei o que acontece agora. Ela disse que deu 20 dias de prazo para o MP e os advogados entrarem com o memorial e após ela promulgará a sentença. Ela deve aguardar pelas manifestações e possíveis recursos que deverão ser interpostos e só depois decidirá se Jairo irá ou não a julgamento. Sobre o julgamento ainda, a magistrada disse que se não houver desaforamento, que é a troca de comarca e que é determinado pelo Tribunal de Justiça do Estado, o mesmo sairá em Tapera, em menos de um ano.

Sobre o crime ainda, a comunidade taperense e os familiares e amigos de padre Eduardo continuam não entendendo o motivo do crime, uma vez que não existem provas de que houve o suposto caso entre Patrícia e o religioso e mesmo se houvesse, se teria a necessidade de se chegar ao extremo.



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