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Realizada a primeira audiência de Jairo Kolling


TAPERA-–-Realizada-a-primeira-audiência-de-Jairo-Kolling-1Ontem à tarde, às 14h, no salão do júri do Fórum de Tapera, foi realizada a primeira audiência de Jairo Paulinho Kolling, autor da morte do padre Eduardo Pegoraro, no último dia 22 de maio, na Casa Paroquial de Tapera. Diferente do que se pensou, Jairo compareceu à audiência, na companhia de três advogados. Aparentando estar bem de saúde e muito tranquilo, ele não falou.

As manifestações ficaram por conta de 12 testemunhas, sendo oito de acusação e quatro de defesa. Outras duas de defesa serão ouvidas fora do município. Entre as testemunhas, destaque para Patrícia Kolling, esposa de Jairo e suposta pivô do assassinato. Ela foi a primeira a falar e relatou o que aconteceu no dia dos tiros e no anterior. Também foram ouvidos os dois PMs que prenderam Jairo em flagrante, o policial civil que ouviu o casal no Hospital Roque Gonzalez e a secretária da Paróquia. Pela defesa o destaque foi o prefeito de Selbach, Sergio Ademir Kuhn.

Em seu depoimento, Patrícia Kolling confirmou que Jairo desconfiava que ela tivesse um caso com o padre e que a algum tempo vinha discutindo com ela, em casa, na frente dos filhos. Ela confirmou que sofreu agressão física do marido nos últimos tempos. Disse que jamais esperava que Jairo pudesse atirar contra alguém e não sabia que ele tinha comprado uma arma.

Segundo Patrícia ainda, na noite anterior, ela e Jairo haviam discutido e ficou combinado que na manhã seguinte viriam a Tapera para conversar com o padre Eduardo e tirar tudo a limpo. O casal acordou às 07h, preparou as crianças para ir à escola e vieram a Tapera, no carro dele, para conversar com o pároco. Eles estiveram no Seminário Sagrado Coração de Jesus, onde o padre morava, e depois na Casa Paroquial. Já na secretaria da paróquia eles foram para a sala de trabalho da Casa Paroquial. Jairo teria entrado por último, batido forte a porta e dado um chute em uma cadeira. Neste instante sacou do revólver – calibre 38 – do bolso do casaco e apontado em direção ao padre, que ergueu os braços e pediu que não fizesse nada, e a uma distância de dois metros atirou no padre, que caiu sobre a mesa, vivo. Na sequência, indo mais perto, deu o segundo tiro, que o derrubou. Ai, Jairo se virou para Patrícia e lhe deu um tiro, que passou raspando na sua cabeça. Ela se abaixou e ele atirou novamente contra ela. O tiro pegou nas suas costas, passou por baixo do seio, saindo na frente e se alojando na perna. Por fim, ele se deu um tiro no boca e largou à arma, que caiu no chão. Com Jairo caído e desorientado, ela saiu da sala correndo em direção ao Centro Catequético e indo até a Rua Tiradentes, onde pediu ajuda. Algum tempo depois chegou a Brigada Militar que prendeu Jairo, que confirmou a autoria dos disparos e o motivo, sendo levado ao Hospital Roque Gonzalez, onde Patrícia já se encontrava, e depois para Carazinho e por último para Ibirubá.

Os policiais militares e civil confirmaram que Jairo carregava no bolso cinco cápsulas intactas do revólver.

As testemunhas de defesa se alternaram falando sobre a índole do réu, como marido, pai, amigo e empresário. A cada um deles o advogado assistente da acusação pedia se eles conheciam o padre Eduardo.

No lado de fora do Fórum, um grupo de pessoas da comunidade, portando cartazes e fotos do padre Eduardo, pediam paz e justiça. Na saída da audiência, Jairo foi longamente aplaudido por elas.

Do Fórum, o réu retornou ao Hospital Annes Dias de Ibirubá e no final do dia a juíza Marilene Parizotto Campagna determinou sua prisão e ele foi levado à noite para o Presídio Estadual de Espumoso, onde aguardará pelo julgamento, sem data para acontecer.

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