O velho grande pinheiro do Matadouro
Se falarem sobre as árvores mais bonitas de Tapera, com toda certeza o pinheiro do antigo Matador dos Seibel, que ficava na hoje Rua Júlio Henrich, entre o Bairro Seminário e a Avenida Dionísio Lothário Chassot, será lembrado. Aquela árvore encantava as pessoas pelo seu porte e altura e pela quantidade de pinhão que dava todos os anos. Duas pessoas não conseguiam abraçar o seu tronco.
Lembro que, depois do almoço íamos até o matadouro para ver o pessoal carnear para o Açougue Seibel. Aquela preparação de buscar o gado, levá-lo até a mangueira, escolher os que seriam abatidos e levá-los até o abatedouro e o golpe fatal atrás da cabeça, dava uma adrenalina daquelas na gente. Depois de ver o abate de um ou dois animais, íamos para o mato, para caçar, comer frutas e jogar bola. Antes da noite, no verão, íamos até o “Monte”, um açude natural no Arroio Matadouro, que vinha do Seminário, e que corria em direção à cidade, para tomarmos banho. O Monte é da mesma época da Rua Azul. E sempre passávamos pelo pinheiro que ficava acima da fonte, que deve continuar de frente para a Júlio Henrich e que, segundo os mais antigos, foi o primeiro ponto de captação de água de Tapera. Aliás, tenho a história da água em Tapera e vou contá-la em outra oportunidade.
Nesta foto de nossa família, tirada em 1946, aparecem os meus tios Lourdes, que faleceu recentemente, e Nadir, e no fundo, sozinho, o pinheiro do Matadouro Seibel. O grande pé não existe mais. Caiu pelo vento. No lugar ficou o pinheiro menor. Aquele grande, junto com o chorão que ficava no cruzamento da Avenida José Baggio e Rua Pedro Binni, quase na esquina do escritório da Corsan, e que foi derrubado para que a José Baggio fosse ampliada e calçada, eram duas das mais bonitas árvores de Tapera, de toda a sua história.
Ainda sobre a foto. Ela foi tirada do lado da casa que era de meus avôs – Vitório e Zelinda Crestani, na Rua Almirante Barroso. Atrás dos meus tios aparece a Avenida Dionísio Lothário Chassot, que ainda nem se chamava Dom Pedro II. Eles estão em diagonal à casa de minha mãe. E no fundo aparece a antiga residência de Élio Crestani, então recém construída, e onde terminava a cidade. Daquele ponto em diante existia uma grande invernada que ia até a Vila Brasília, que ficava longe da cidade e que tinha poucas casas na época. A construção que aparece ao lado da casa do Élio Crestani, é a antiga residência de Adolfo Webber.
Sobre a fonte da Rua Júlio Henrich, me disseram que o local mudou de dono e que, com o tempo, será transformada em uma área verde, haja visto que no lugar, além da fonte existe um banhado e o Arroio Matadouro que passa ali. Aquela área sempre foi bonita e deve mesmo ser preservada. Mas, aquele pinheiro e a fonte embelezavam ainda mais o lugar.
Estes são fragmentos da história de Tapera que se prepara para o seu 60º aniversario, ano que vem.
Parabéns pelo dia do jornalista.
Sarico, não mostre essas belíssimas árvores, pois assim tu podes incentivar a famosa serra devastadoras de matas, bosques ou simples árvores isoladas a entrar novamente em ação. E os estragos dela são imensos. Dizem que aqui em Tapera, mexeu, tem folha e não é caderno, o kid motosserra põe a baixo!
Tem gente que só destila veneno. Se morderem a língua morrem.
este pinheiro já foi faz tempo
Sim, conforme está escrito no terceiro parágrafo.
mas não foi pelo vento e sim pela ação do homem.