Blog do Sarico

PT taperense vive sua maior crise


imagesAs eleições gerais do PT, inclusive a do diretório municipal de Tapera, realizada no dia 10 de outubro, abalou literalmente as estruturas do partido no município, confirmando grande desentendimento dentro da sigla, podendo resultar em debandada em massa de seus filiados.

Conforme o atual presidente, Marcelo Borges, o curso sobre a eleição dado pelo presidente eleito Adelar Gatto, sem respeitar as instâncias internas, desagradou a todos. “A maioria dos filiados no diretório de Tapera não sabia da convenção e por isso não foi votar. Imagine, eu, o presidente, não saber de uma convenção para eleger o meu sucessor e não ir votar em alguém. E tem mais. Tem gente na nova chapa que teve o seu nome colocado nela, sem a sua autorização”, disse.

Marcelo Borges teria instruções do diretório estadual do PT de que Tapera não poderia participar do PED (Processo de Eleições Diretas) por não terem sido realizadas diversas atividades estatutárias e por conta disso, seria montada uma comissão provisória para tocar o partido no município, não podendo assim ser eleita uma nova diretoria. E agora, para surpresa dele e dos demais membros do PT, o partido pode fazer a convenção, desobedecendo inclusive norma nacional da sigla, que trata sobre o Processo de Eleições Diretas. “Nosso pessoal, com aval do diretório estadual, passou por cima das normas do PT”, enfatizou.

Marcelo Borges procurou o diretório estadual para colocar a situação, porém este deu validade aos atos de Adelar Gatto, mesmo sem terem sido realizadas as atividades exigidas para que a eleição se efetivasse. Sequer teve ata de reunião aprovando a única chapa inscrita.

A expectativa é de que uma corrente contrária ao atual diretório estadual vença e que esta situação de Tapera seja revista e, se o diretório estadual não se posicionar e tomar as medidas que devem ser tomadas, haverá uma debandada geral de filiados do partido, de pessoas de expressão dentro da sigla e também no município.

“A situação chegou num ponto que não dá mais para continuar. Ou o PT muda ou vamos deixá-lo para quem acha que faz melhor por ele. Nós não podemos compactuar com o que está acontecendo na frente dos olhos de todo mundo, aqui”, disse o presidente Marcelo.

Para se entender o caso. Na eleição para prefeito de 2012, que reelegeu Ireneu Orth, o então vereador Adelar Gatto alardeou dizendo que seria ele o candidato do PT à eleição, impondo sua candidatura ao partido, inclusive com o aval do mesmo diretório estadual que hoje garantiu a sua chapa, fato que desagradou à maioria dos petistas locais. Com o passar do tempo e a aproximação da eleição, Gatto desistiu de concorrer, deixando o PT sem candidato e sem rumo, pois não havia prazo para mais nada.

O fato desgastou tanto o partido internamente em Tapera que a sigla não fez nenhum vereador. “O PT se desgastou demais por conta da investida do Gatto de querer ser o candidato a prefeito, constrangendo o partido que tinha outros planos e depois desistindo, sem mais nem menos. Nosso pessoal ficou enlouquecido e não votou na sigla. Veja você que faltaram 12 votos para que fizéssemos uma cadeira na Câmara de Vereadores. Isso machucou muito o PT taperense e seus simpatizantes. Vamos ver o que acontece de agora em diante”, disse Marcelo Borges.

OUTRO LADO – Conversando com o presidente eleito do PT taperense, Adelar Gatto, este se disse surpreso com a questão porque tudo foi feito conforme determina o PED 2013. “Não tenho culpa se o pessoal não busca informações e não vai atrás das coisas. Tudo que fizemos foi legal, dentro da lei”, disse. Gatto disse ainda que somente falará sobre o assunto depois que assumir o partido, provavelmente no dia 10 de dezembro.



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