Blog do Sarico

O fiel da balança


Em Tapera, o PDT não é grande, mas também não é pequeno, e tem uma grande história. É um partido que tem ampla identificação com seus eleitores. Quem é pedetista gosta de uma negociação e de compor alianças. E vota em massa no 12. Prova disso foi a eleição deste ano, quando deu grande contribuição para a reeleição de Ireneu Orth e ainda elegeu a segunda maior bancada da Câmara, com dois vereadores.

Numa análise geral dos votos recebidos, o PDT é a quinta força política em Tapera com 637 votos, ficando atrás de PTB (1.805), PP (1.449), PMDB (878) e PT (711), mas a frente de PSB (510), PPS (277) e PSDB (202). No meio.

O partido de Brizola colocou nas urnas três nomes e elegeu dois vereadores. Teve um aproveitamento invejável de 66,6%, bem mais do que conseguiram os dois grandes – teoricamente, o PP e o PMDB que, juntos tiveram aproveitamento nas urnas de apenas 10% (PP) e 11,1% (PMDB), elegendo, com muito sofrimento, um vereador cada. Falando em aproveitamento nas urnas: PPS (100%), PSB (33%), PTB (21,4%) e PSDB e PT (0%).

O PDT será o fiel da balança na próxima legislatura que assumirá em 01 de janeiro. O partido integra a Aliança Democrática, junto com PP, PMDB, PSB, PPS e PSDB, cada um com um vereador. O governo novamente terá a maioria na Câmara, apesar de ter perdido uma cadeira. Agora, serão 6 contra 3. Assim, com dois vereadores, o PDT será mesmo decisivo nos próximos quatro anos e será ele quem ditará o rumo e a velocidade da Casa. Se ficar de um lado este terá 6 votos e se pender para o outro, a oposição, esta terá 5 votos. Sempre a maioria. Assim, o governo que se cuide, porque aliado em eleição é questão de ocasião.

Mas, esta situação não é novidade em Tapera. Ela já foi verificada aqui em quatro oportunidades:

7ª legislatura (01.01.1983 a 31.12.1988): O prefeito era Ireneu Orth (PDS), em primeiro mandato, tendo minoria na Câmara. O PMDB tinha 4 vereadores e o PDT 2. A oposição tinha 6 votos contra 3 da situação.

8ª legislatura (01.01.1989 a 31.12.1992): O prefeito era Luiz Antônio Brunori (PMDB), em primeiro mandato, tendo maioria na Câmara. O PMDB tinha 3 vereadores e o PDT 2. A situação tinha 5 vereadores e a oposição – PDS – tinha 4.

10ª legislatura (01.01.1997 a 31.12.2000): O prefeito era Luiz Antônio Brunori (PMDB), em segundo mandato, com maioria na Câmara. O PMDB tinha 4 vereadores e o PDT 1. A situação tinha 5 vereadores e a oposição – PPB – tinha 4 vereadores.

11ª legislatura (01.01.2001 a 31.12.2004): O prefeito era José Nelson Balensiefer (PPB), tendo maioria na Câmara. O seu partido tinha 4 vereadores, o PMDB 2 e o PDT 2. A situação tinha 8 vereadores contra 1 da oposição, do PT.

Mas, fazendo uma análise do resultado das urnas, quem mais ganhou nesta eleição foi o PPS com 100% de aproveitamento para o legislativo. O PTB também ganhou ao fazer 3 vereadores. Por outro lado, quem mais perdeu foi o PT que, com oito candidatos, não conseguiu eleger nenhum vereador e ainda saiu de cena, melancolicamente. O PT está rachado em Tapera.

Esta eleição mostrou que o eleitor taperense preferiu optar por nomes e projetos e não mais em partidos políticos. Agora, senhores dirigentes partidários, comecem a prestar atenção no que acontecerá nas urnas em Tapera a partir de 2012. A eleição deste ano deu seu recado, pois o prefeito e o vice foram eleitos sem que seus partidos tivessem grande expressão nas urnas. Juntos fizeram dois vereadores. Prestem atenção no que foi dito pelo voto e a partir disso tentem prever as (várias) situações que poderão estar vindo ai.

Uma última coisa. Com uma Câmara de Vereadores bem variada, com seis partidos políticos, sendo cinco “parceiros”, como é que o governo pensa em manter o barco navegando, tranquilo, nesta longa viagem?



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