Rapidez que surpreende

Nesta semana encontrei um cabo eleitoral, daqueles antigos, do tempo das urnas-saco e dos votos de papel. Ele me contou muitas histórias sobre as campanhas politicas de que participou. O homem me disse que não tinha compromisso com partidos, mas com pessoas e programa de governo. Me contou também que lhe surpreendeu nesta eleição a rapidez na apuração. Segundo ele, cansou de entrar madrugada adentro esperando o resultado de um trabalho de mais de seis meses. Hoje, em menos de uma hora, já se estava sabendo quem venceu a eleição. “Mas, como é isso, Sarico? E o voto fica onde?”, me pediu surpreso.

Segundo ele ainda, antes das urnas eletrônicas, depois de fechadas as urnas, o pessoal ia em peso para a AFUCO, esperar pela chegada das urnas que vinham uma a uma, em intervalo de tempo. Quando chegava uma urna, trazida pelas Kombis da Prefeitura, todo mundo corria querendo saber que urna era aquela e de onde ela vinha. Na AFUCO se montava as equipes de fiscalização das mesas, pré-definidas em reuniões. “Não me esqueço das brigas que a gente tinha com o pessoal que contava os votos e com os fiscais dos outros partidos que a todo instante paravam a contagem para pedir recontagem ou verificar a situação de determinado voto ou ainda estressar o adversário. Era um jogo aquilo. Que tempos bons aqueles, mas hoje, com esta rapidez as coisas ficaram meio sem graça”, disse o homenzinho, sorrindo, no alto de seus mais de 70 anos.

A 109ª Zona Eleitoral, com sede em Tapera e que abrange ainda Selbach, Colorado e Lagoa dos Três Cantos, foi a primeira a abrir seus votos no Estado. E coube a Tapera mostrar-se primeiramente para o mundo. A “apuração” durou pouco mais de 40 minutos.