Blog do Sarico

E lá se foi mais uma eleição em nossas vidas


Neste domingo, Tapera elegeu a sua 14ª legislatura e fez história. Na verdade, pela primeira vez elegeu um prefeito. Ireneu Orth (PP), que foi reeleito com 3.578 votos – 51,65% dos válidos – venceu o ex-prefeito Nestor Arnemann (PTB), por 328 votos. Arnemann fez 3.250 votos.

A reeleição de Ireneu Orth, tendo Volmar Kuhn (PMDB) como vice-prefeito, faz com que seja o homem que mais vezes comandou o município, com quatro mandatos, podendo ficar 18 anos a frente do executivo. Para uma terra que foi marcada por divisões no passado e a alternância no poder, a possibilidade de uma reeleição e da permanência por mais tempo na Prefeitura, é histórica.

Se por um lado Ireneu Orth não é visto como popular, o seu perfil de gestor e a sua visão empreendedora, lhe fizeram suplantar nas urnas dois ex-prefeitos, dois políticos habilidosos, altamente populares e donos de grande votação em Tapera. O taperense, na hora de confirmar o seu voto, deve ter pensado em como está o seu município atualmente e repetido os dois primeiros números no teclado. A briga entre três ex-prefeitos foi muito boa e jamais chegaria a 1.000 votos como foi dito por ai. Não é assim quando “grandes” se enfrentam. O outro lado, apesar de estar em ritmo lento, tinha muito combustível para rodar. E vencer dois ex-prefeitos e donos de caminhões de votos, para Ireneu Orth foi a glória política. Depois dessa, pode tocar o município pelos próximos quatro anos sossegadamente, executar o que está planejado e depois se retirar da vida pública com a consciência do dever cumprido. E o nome consagrado na história de Tapera.

Tapera fez história também na apuração. Foi a primeira cidade gaúcha a repassar informações ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), tudo isso em pouco mais de 40 minutos. A agilidade na 109ª Zona Eleitoral foi surpreendente.

Sobre as pesquisas que circularam na cidade, o que se pode falar delas? Em 2008, uma pesquisa de 2 mil votos se transformou em 115, e do outro lado estava um professor. Agora, quando se falava em mais de 1.000 votos, tendo dois ex-prefeitos do outro lado, estes se transformaram em 328 votos. Algo aconteceu ou alguma coisa não foi muito bem interpretada. Ou explicada.

Mas, e quem ganhou e quem perdeu nesta eleição? Quem ganhou, sem dúvida alguma, foi Ireneu Orth que fez história e ingressa ainda mais nela. O PDT, ao fazer dois vereadores mostrou ser o partido mais compactado (e unido) do município, assim como o PSB que, ao fazer o vereador mais votado, mostrou que está a caminho de se tornar grande. O PTB, com três vereadores, torna-se o maior partido de oposição. Os três partidos foram os maiores ganhadores. Quem também ganhou foram os vereadores Elias Goulart, um menino que passa de promessa a realidade com seus 277 votos, assim como Luis Carlos Ritter (PTB), um desconhecido que fez 301 votos, e Pipe dos Santos (PSB), pela votação que fez: 359. Os três também são ganhadores.

E quem perdeu? Primeiramente os dois ex-prefeitos, Luiz Antônio Brunori e Nestor Arnemann que, não conseguiram transformar seu carisma em combustível para vencer a corrida. Quem também perdeu foi o vereador Adelar Gatto (PT), que além de não se reeleger, fez muito barulho ao anunciar que, se não fosse ele o candidato a prefeito do PT, ninguém mais o seria, e depois recuou. Adelar nem se posicionou nos boxes para correr. Beto Visoto, o atual vice-prefeito, que não foi para uma reeleição por que não quis. Estava tudo pronto para ser ele o navegador de Ireneu Orth, mas uma série de fatores obrigaram a troca do navegador na última hora. Quem também perdeu foram os maiores partidos da história politica de Tapera, o PP e o PMDB que, juntos conseguiram a façanha de fazer apenas um vereador cada, curiosamente o prefeito e o vice da 11ª legislatura (2001-2004). Existem outros perdedores, mas sem grande expressão.

Uma coisa que não entendi nesta campanha, francamente, foram os ataques desferidos. Esse tipo de excesso não deveria acontecer numa campanha, jamais, principalmente num município pequeno como o nosso. Isso envolve famílias e sentimentos o que é ruim para todos. Tem coisas que foram ditas e prometidas em comícios e em programas de rádio que foram verdadeiros tiros nos pés. Não precisava.

SELBACH – Em Selbach, Sérgio Ademir Kuhn quebra uma escrita que existia lá de que a família Kuhn não elegeria nunca um prefeito. O Serginho foi lá, virou a mesa e venceu, superando o prefeito Alcir Maldaner que ocupa a vaga de Rudi Seger, que renunciou para tentar uma cadeira no legislativo.

O ex-prefeito Rudi conseguiu se eleger, fazendo a terceira maior votação do município, perdendo apenas para as novidades Mateus Huppes e Michael Kuhn, este o mais votado e que foi seu secretário. A quem veja a renuncia de Seger como uma das causas da derrota do PP nas urnas. Selbach tem fama de não reeleger.

Sobre o Serginho, pessoa que conheço de muitos anos, e que tive a oportunidade de conviver com ele por quase duas décadas, digo que, além de muito simpático e carismático, é dono de um coração grande. Um dia, conversando com ele no seu escritório, tomando um chimarrão, ele se queixou de que o PMDB não lhe dava espaço para a majoritária, achando que poderia ser o vice de alguém. Ele lamentou que o partido o isolava, certamente por conta do seu estilo e popularidade. Então, eu lhe disse que um dia, a Prefeitura de Selbach iria, carinhosamente, pousar no seu colo e, quis Deus, que fosse agora.

LAGOA DOS TRES CANTOS – Sérgio Lasch tirou o PP da Prefeitura depois de 20 anos – cinco mandatos. Os três-cantenses acharam que estava hora de mudar e foram para as urnas com este pensamento. Foi apertada a votação, mas a maioria decide (e leva). Lasch, colocou outro partido no mapa politico de Lagoa e de suas decisões e ações resultarão na concretização da mudança que a comunidade queria.

ESPUMOSO – O PP, através do Derly Helder, apeou o PDT da Prefeitura após 12 anos. O espumosense também achou que estava na hora de mudar.

Mais uma coisa. O PP e o PMDB taperenses precisam rever uma série de coisas porque sua votação não consegue segurar seu tamanho. Alguma coisa não está certa.

Teria mais para falar, mas por enquanto é isso. Finalizando, quero desejar ao Ireneu, ao Serginho, ao Lasch e ao Derly votos de muito sucesso nesta empreitada. Torço para que consigam fazer uma grande administração e possam honrar o crédito recebido nas urnas. É apenas um voto, mas dentro dele vêm muito mais do que se imagina. Muito sucesso a eles. E aos seus municípios.



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