Cinco desafios econômicos do novo governo
PT e PSDB podem divergir em muitos temas, mas a desaceleração do crescimento parece ter criado um certo consenso de que a economia está em uma encruzilhada.
Como os tucanos costumam enfatizar, a expectativa oficial é que o país cresça só 0,9% este ano e analistas do mercado são ainda mais pessimistas, estimando uma expansão de menos de 0,3%.
Por outro lado, como ressaltam os petistas, o desemprego tem se mantido em patamares historicamente baixos, o que tem evitado que a população seja duramente afetada – embora não esteja claro por quanto tempo esse cenário positivo no mercado de trabalho pode ser mantido sem uma retomada.
Economistas de diversas linhas teóricas concordam que impulsionar a economia depende tanto de uma agenda de curto prazo, que inclui o controle da inflação e ajuste das contas públicas, quanto de uma de longo prazo, ligada a reformas estruturais.
Confira abaixo os cinco desafios que, na opinião deles, o novo governo deve enfrentar na área econômica:
1) Inflação
Boa parte dos brasileiros já sente o peso da alta de preços no bolso e caberá ao próximo governo evitar um descontrole nessa área.
Aécio Neves, do PSDB, diz que perseguirá uma meta de 3% de inflação e a presidente Dilma Rousseff, do PT, garante que será “duríssima” contra o problema.
Espera-se que a alta de preços deste ano fique próxima do teto da meta do Banco Central – de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para cima e para baixo.
Para muitos economistas, porém, a meta só será alcançada com o adiamento dos reajustes de preços administrados (definidos ou influenciados por órgãos públicos).
“Em 2015, será difícil evitar a recomposição de alguns desses preços, o que deve ser um desafio a mais no controle da inflação”, diz o conselheiro senior e ex-vice presidente do Banco Mundial Otaviano Canuto.
Entre os que podem subir estão o preço da energia, as tarifas de ônibus e combustíveis.
Canuto explica que, em 2015, uma possível desvalorização do real também pode ter um impacto inflacionário adicional (em função da alta dos importados).
“Caberá a nova gestão achar uma solução para a questão da inflação, que até pode ser via política monetária. Mas, como os juros já estão relativamente elevados, o ideal seria que se tentasse uma política fiscal mais retraída”, opina.
2) Investimentos
O consumo interno e o estímulo ao crédito estiveram entre os principais motores do crescimento brasileiro nos últimos anos.
Os investimentos, porém, não acompanharam essa expansão (e caíram do patamar de 20% para 17% do PIB), o que contribuiu para a freada.
Economistas veem diferentes razões para tal descompasso.
Alguns culpam a falta de reformas para amenizar problemas como a complexa burocracia do país, as deficiências de infraestrutura e gargalos de mão de obra – que inibiriam investimentos.
Outros criticam o governo por supostos erros de gestão que teriam atrasado projetos importantes (como o pré-sal) e afastado empresários de parcerias na área de infraestrutura.
Há certo consenso de que a falta de investimentos também estaria ligada a “expectativas negativas”.
Para o governo, porém, esse “pessimismo” seria politicamente motivado e intensificado pela crise internacional. Já consultorias econômicas o atribuem a incertezas relacionadas à condução da política econômica.
Sem destravar os investimentos é difícil pensar que a economia possa voltar a crescer no patamar dos 4% da década passada.
“Por isso, impulsionar os investimentos privados na produção e em infraestrutura será um dos principais desafios do novo governo”, diz o economista André Biancarelli, da Unicamp.
3) Contas públicas
Analistas calculam que as contas públicas fecharão 2014 com um “déficit nominal” superior a 4% do PIB – o pior resultado em mais de uma década.
O calculo de tal déficit contabiliza receitas e despesas do governo, além do pagamento dos juros da dívida pública.
O governo se comprometeu a poupar 1,9% do PIB para pagar esses juros, mas há dúvidas sobre se atingirá a meta.
Para Otto Nogami, do Insper, a expansão dos gastos e deterioração das contas públicas têm tido um impacto negativo na inflação, além de abalar a credibilidade do país frente a investidores.
Muitos economistas também vêm denunciando que, em uma tentativa de se aproximar da meta, o governo teria lançado mão de uma “contabilidade criativa” – manobras contábeis que fariam parecer que se estaria economizando recursos, quando isso não ocorreria.
“Para colocar as contas públicas em dia, o novo governo poderia adotar basicamente duas estratégias: aumento de impostos ou corte de gastos”, explica Lourdes Sola, professora da USP especialista em economia política.
A primeira seria extremamente impopular. A segunda precisaria ser planejada com cautela – cortar em gastos sociais e investimentos, por exemplo, poderia ser um “tiro no pé”.
“A questão das metas fiscais é uma discussão de curto prazo, mas não podemos perder de vista seu objetivo de longo prazo, que é tornar o Estado mais eficiente para investir no que interessa”, diz Biancarelli.
4) Inclusão social
O aumento da renda dos trabalhadores, a formalização do trabalho e programas sociais ajudaram milhares de pessoas a cruzar a linha da pobreza nos últimos anos.
Mas se o país se mantiver com um nível de crescimento baixo, em algum momento o emprego pode ser afetado, colocando em risco esses ganhos.
A campanha do PT tem defendido que o partido seria o mais apto a impedir retrocessos – “protegendo o emprego” e investindo no social.
Já a campanha do PSDB acabou na defensiva, repetindo à exaustão que não pretende cortar gastos sociais ou fazer um ajuste drástico, ao custo de uma escalada do desemprego.
Nogami admite que de fato é possível que um ajuste, ainda que gradual, tenha algum efeito sobre o nível de emprego.
“A questão é que ele é inevitável e, ao adiar essas reformas, também podemos estar aumentando seus custos”, opina.
“O grande desafio não é simplesmente crescer, mas sim crescer com estabilidade e emprego”, resume Carlos Melo, cientista político do Insper.
5) Problemas estruturais
Há certo consenso de que, para garantir o crescimento da economia no médio e longo prazo, é preciso atacar os problemas estruturais que afetam a competitividade das empresas no país.
Entre eles estão a complexa burocracia e sistema tributário brasileiro e as deficiências de infraestrutura.
“Trata-se de uma agenda de médio e longo prazo, mas que precisa começar a ser colocada em prática o quanto antes”, diz Canuto.
O objetivo seria ampliar o chamado PIB potencial do país, que leva em consideração a sua capacidade instalada para estimar quanto ele pode crescer sem que sejam criadas pressões inflacionárias (por falta de oferta).
“O próximo governo precisará fazer reformas estruturais para realmente mudar o ambiente de negócios no Brasil, porque só isso lançará as bases para um crescimento sustentado”, diz Canuto.
O Doleiro acusou ela e o Lula.
Ela vai ter que se esplicar
Uma das certezas desse fim de eleição é que os ignorantes de sempre culparão os nordestinos ignorantes pela derrota de Aécio Neves e proporão um racha.
Estarão errados, mais uma vez, não apenas pelo julgamento odioso. O Nordeste escolheu Dilma maciçamente — inclusive Pernambuco, onde a viúva de Eduardo Campos declarou apoio a Aécio Neves –, mas decidiu o pleito com a ajuda inestimável dos mineiros.
Em Minas, o ex-governador perdeu por 52,4% a 47,6%. São cerca de 500 mil votos de diferença.
Para quem se jactava de ter deixado o cargo com 92% de aprovação, número nunca comprovado, e falava de seu estado com um tom de apropriação, foi uma paulada.
Aécio não apenas não elegeu o candidato de seu partido em MG como apanhou de uma conterrânea que, como ele, passou muito pouco tempo por lá.
A nacionalização de Aécio, trazida pela campanha, mostrou aos habitantes de Minas um homem que eles talvez desconfiassem que não fosse grande coisa. Mas como saber ao certo com uma imprensa totalmente vendida e uma propaganda oficial diuturna?
Durante sua gestão e a de Anastasia, não foram publicadas notícias sobre o aeroporto construído em terras do tio, sobre o nepotismo, sobre as verbas publicitárias para veículos de comunicação da família etc. Isso só veio à tona nos últimos anos — e mesmo assim com uma imprensa de Rio e SP jogando a favor.
Aécio termina 2014 como um nome nacional, com um capital eleitoral forte num país dividido, recordista de votos no PSDB, mas derrotado. Terá pela frente dois concorrentes com sangue nos olhos: José Serra e Geraldo Alckmin, ambos de São Paulo.
Os dois estavam com Aécio em seu discurso pós derrota. Claramente ressentido, Aécio não dirigiu palavra à mineirada.
“Eu deixo essa campanha ao final com o sentimento de que cumprimos o nosso papel. São Paulo retrata de forma mais clara o sentimento que tenho no meu coração pelo cumprimento da minha missão: combati o bom combate, cumpri minha missão e guardei a fé”, disse, citando São Paulo numa das cartas a Timóteo.
Minas livrou o Brasil de seu filho.
Ahá, velho amigo.
Pensei que tu tivesse morrido, após o resultado.
Mas bicho ruim não morre.
Em tempo.
Que tal colocar o autor do brilhante ensaio aí de cima, Sarico?
As eleições acabaram.
Vamos voltar a trabalhae.
Afinal temos muitos vagabundos e corruptos para sustentar
É verdade amigo.
Temos os 19 milhões de pessoas do bolsa família para sustentar.
Os sem terra para sustentar.
Os Índios para sustentar.
Os presos para sustentar;
Uma pergunta que não quer calar, quanto tempo vamos sustentar estas pessoas que não trabalham???? Não tem um limite de tempo estes programas??? Hoje vejo pessoas com necessidades especiais trabalhando e estes citados acima com todas as condições sem fazer nada.
LUIZ GONZAGA JÁ ENSINOU: “Seu dotô, o NORDESTINO tem muita gratidão pela ajuda do sulista nesta seca do sertão…, mas dotô, uma esmola a um homem que é são, ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”
É ESTE O BRASIL DO PT
08:36:Você sustenta alguém com o seu salário, ainda mais garante recursos para o bolsa família? Esse é o cúmulo do desconhecimento e principalmente do egoísmo que uma criatura pode nutrir por preconceito e ódio ideológico. Sabe por acaso que os recursos aplicados no bolsa família que ajudaram milhões a terem segurança alimentar (ter o que comer) são extremamente baratos e não chegam a 0,8% do PIB nacional, e que além do mais cada real investido garante incremento de R$1,78 em retorno ao pib? Sinceramente, tu achas que isso é muita coisa e que tu realmente és o mantenedor do programa? Ou preferirias assistir aqueles noticiários intermináveis mostrando a desgraça alheia da fome, miséria extrema causada por negligências governamentais? Eu, se pudesse ajudaria e muito mais, mas objetivamente, o que realmente garante a continuidade e evolução dessa assistência é a permanência de Dilma Rousseff e do partido dos trabalhadores no executivo. Ou acreditas ainda que a função prioritária dos governos é outra, além de trabalhar pelos mais necessitados? Por isso o povo votou em Dilma, pelo fato de ser entre a polarização esquerda-direita, a única capaz de evitar o retrocesso de um Brasil miserável, sem esperança, e principalmente excludente e preconceituoso. Só para lembrar, esses recursos não sustentam “vagabundos” como tu insinuaste, mas para quem tem fome, é o melhor programa governamental criado até hoje no país.
TIRIRICA:
“Do jeito que o povo é ‘inteligente’, daqui a pouco serei presidente”.
ABESTADO