Blog do Sarico

Cariocax


Cariocax 1É impressionante a quantidade de “cariocas” nos comerciais de rádio. Bem que os anunciantes poderiam pegar gente da terra, gaúchos, para gravar a sua propaganda.

O engraçado é que estes “cariocas” não conseguem manter o “sotaque” o tempo todo nos 30, 45 ou 60 segundos de duração de um comercial. Eles largam bem com o “R” e o “S”, mas até o final se entregam. Perdem o foco.

Quando eu trabalhava no rádio, nos anos 80 e 90, lembro que no começo ficava meio aborrecido porque não havia gaúcho gravando comerciais para as empresas locais e regionais. Tempo depois fiquei sabendo que os cariocas utilizados para a gravação pelas agências de publicidade gaúchas, em sua maioria, eram de Porto Alegre, Caxias do Sul e municípios da fronteira. Confesso que até hoje não sei por que essa gente fala como carioca nas gravações. Será que eles acham feio a pronuncia seca do gaúcho? Eu acho bonita a maneira como falamos e tenho orgulho disso.

Uma vez, em uma reunião da Agert (Associação das Emissoras de Rádio e Televisão), na Unisinos, em São Leopoldo, durante uma pausa, na fila do cafezinho, ouvi uma voz conhecida, ouvida várias vezes por dia na antiga Rádio Gazeta. Perguntei ao dono daquele vozeirão se ele era carioca – nascido na cidade do Rio de Janeiro – ou fluminense – nascido no Estado do Rio de Janeiro. Ele respondeu que não, que era gaúcho, de Bagé. Perguntei se conhecia o Rio ao que ele respondeu: “Nunca estive lá”. Também lhe pedi por que falava como carioca. Sua resposta: “Para ser diferente. O pessoal gosta”.

Alô gauchada. Vamos se apresentar para gravar comerciais no rádio.



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