Blog do Sarico

A neve de 65


Neve 1Nesta data (20), há exatos 51 anos, nevou forte em Tapera. Foi a maior nevasca da história de 61 anos do município. Em 2000, deu outra e, apesar de ter sido bem menor, deixou marcas por tudo. Mas, aquela de 65…

Eu, então com quatro anos, lembro da neve de 20 de agosto de 1965. Ela começou de madrugada, sem nenhum barulho, e foi até o meio-dia. Lembro que minha mãe me acordou e pediu que viesse até a cozinha para ver uma coisa. Lá chegando, enrolado em um cobertor e com a cara cheia de sono, parei ao lado do fogão à lenha, que tinha sobre sua chapa pinhões para sapecar. E da janela, onde a minha mãe estava, me surpreendi com o branco que tomava conta do jardim da nossa casa. As cores, assim como o verde da grama, haviam desaparecido e aquele branco geral chamou minha atenção, pois até então eu nunca tinha ouvido falar de neve. Após me vestir e tomar minha mamadeira e, bem agasalhado, saímos para a rua para ver de perto aquela “coisa” que não era fria, como parecia ser. Na rua, a Dom Pedro II, sem calçamento, e que bem mais tarde virou Avenida Dionísio Lothário Chassot, estava cheia de pessoas brincando. Na verdade, o pessoal não sabia o que fazer, pois aquilo era uma novidade para todos. Eu, que estudava de tarde, no Grupo Escolar Barão de Caçapava, que ficava onde hoje está a Assistência Social, e que depois foi incorporado pelo Ginásio Taperense e tornou-se Escola Dionísio Lothário Chassot, brinquei muito naquela manhã. Mais tarde, o nôno Vitório nos chamou para fazermos um boneco na frente da casa da tia Lacy, que ficava ali onde o Décio Wagner tem sua casa, na Rua Almirante Barroso. O boneco ficou tão bonito que muita gente foi até lá para ver. O Adão Pesenti, o “retratista” oficial da cidade foi chamado para registrar o fato eternamente. Engraçado que da neve eu lembro, assim como da alegria e das brincadeiras, mas não lembro se fui na aula naquela tarde. Acho que não teve aula naquele dia.

As fotos que tenho da neve de 1965 foram parar no jornal Zero Hora, na edição de 20 de agosto de 2005, no Almanaque Gaúcho, do falecido Olyr Zavaschi, irmão do ministro do Supremo, Teori Zavaschi.

As demais fotos mostram a neve na antiga e bela Praça Olavo Bilac, que depois virou Doutor Avelino Steffens e que não tem mais a beleza de outrora, com seus ciprestes, árvores e flores.

A propósito. O menino em pé na foto sou eu.

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